RIO – No dia seguinte ao princípio de incêndio no prédio da Austrália na Vila dos Atletas, o Rio-2016 cumpriu uma exigência da delegação australiana. Em cada andar do prédio, um bombeiro ficou de prontidão, durante a noite.
Neste sábado, sem horário confirmado, ainda, está previsto um treinamento em que os bombeiros mostrarão que os alarmes anti-incêndio estão funcionando.
Até o fim do dia, está prevista a chegada à vila de mais 485 oficiais de equipe e 455 atletas, totalizando 6528 pessoas desde a abertura oficial, domingo passado . Entre os países que vão chegar à vila neste sábado estão Austria e Caribe.
COMO FOI O INCÊNDIO
De acordo com o diretor de comunicação do Comitê Rio-2016, Mario Andrada, o fogo começou no subsolo do prédio, onde havia caixas e restos de material de obra que estavam sendo recolhidos. É possível que o incêndio, de pequenas proporções, tenha sido causado por uma guimba de cigarro. Não houve labaredas, e o sistema elétrico do edifício não foi afetado. Mas, segundo testemunhas, havia fumaça nas escadas, o que assustou os membros da delegação australiana. Os bombeiros foram acionados e comandaram a retirada das cerca de cem pessoas que estavam no edifício. Ninguém ficou ferido.
Pouco mais de dez minutos depois do alerta de incêndio, os australianos puderam voltar para os quartos. Em sua conta oficial no Twitter, o Time Olímpico da Austrália informou que estava tudo bem.
Segundo o Rio-2016, o alarme funcionou, ao contrário do que diz a delegação da Austrália. A explicação oficial é de que no exato momento em que ocorreu o fogo estava sendo feito um teste no sistema de alarme, que soou. Mas o operador, pensando tratar-se apenas de teste, o desligou. A missão é convencer os australianos disso.
Em nota, a Secretaria de Estado de Defesa Civil e Corpo de Bombeiros informou que bombeiros baseados na Vila Olímpica foram acionados para combater um pequeno incêndio em um acúmulo de papelão no subsolo do prédio. Não houve vítimas e a ocorrência já foi finalizada.
PROBLEMAS ANTES DOS JOGOS
Os Jogos Olímpicos ainda não começaram, mas pode-se dizer que, fora das competições, a sorte não tem acompanhado a delegação da Austrália. Desde que chegaram ao Rio, no último domingo, os australianos têm passado por situações desconfortáveis. O primeiro problema foi logo no domingo, dia de abertura oficial da Vila dos Atletas. A delegação da Austrália reclamou que seus apartamentos apresentavam defeitos nas instalações de gás, elétricas e hidráulicas.
Os australianos criticaram as habitações da Vila, classificando os quartos como “inabitáveis”. Eles istaram os problemas como “sanitários entupidos, vazamento de tubulações, fiação exposta, escadas escuras, sem iluminação suficiente, e pisos sujos”. Diante desse cenário, o comitê australiano considerou inseguro hospedar seus atletas no local e eles foram levados para um hotel.
O prefeito do Rio comentou o caso e considerou legítimas as reclamações dos australianos. Mas também fez graça: disse que botaria até cangurus na Vila para deixar o pessoal da Austrália mais feliz. A declaração não foi bem recebida pela delegação australiana, que rebateu o comentário e disse que a necessidade era por um encanador e não um canguru.
Para resolver os problemas nos apartamentos (também de outras delegações), o Comitê Rio-2016 enviovu uma força-tarefa de 500 operários à vila. A chefe de missão da delegação australiana, Kitty Chiller, de quem partiram as críticas mais duras, baixou o tom e chegou a elogiar o ritmo dos consertos.
A polêmica dominou a semana e causou mal-estar, mas terminou na quarta-feira de forma bem-humorada, com pedido de desculpas por parte do prefeito, na cerimônia de entrega das chaves, e um presente dado a ele por Kitty Chiller: um kanguruzinho de pelúcia.
Kitty Chiller, chefe da delegação da Austrália, presenteou o prefeito Eduardo Paes com um canguru de pelúcia – Daniel Marenco / Agência O Globo
QUEIXAS DESDE 2013
As reclamações australianas, na verdade, começaram bem antes dos Jogos, em 2013. Eram qestões sobre organização e segurança. Recentemente, em junho, Kitty Chiller pediu o aumento do efetivo policial na cidade, após a velejadora paralímpica australiana Liesl Tesch ter sido assaltada a mão armada no Aterro do Flamengo.
?Atletas têm sido roubados enquanto treinam para competir nos eventos teste no Rio, e queremos nossos atletas protegidos?, escreveu Chiller aos organizadores da Rio-2016, na ocasião.