O presidente da Agência Mundia Anti-Doping (Wada), Craig Reddie, lamentou nesta sexta-feira os “problemas intermináveis” que a entidade vem enfrentando no controle ao doping na Rússia. Reddie alertou que, no panorama atual, os russos dificilmente estarão cumprindo todas as exigências de controle de dopagem da Wada até as Olimpíadas do Rio, em 2016.
O atletismo da Rússia está suspenso de competições internacionais desde o fim de 2015, quando foi revelado um esquema de encobrimento de testes de atletas russos que envolvia treinadores e dirigentes do país. Recentemente, o jornal “The New York Times” publicou reportagem acusando o país de burlar regras anti-doping durante os Jogos Olímpicos de Inverno de Socchi-2014. A sequência de turbulências ameaça a participação do esporte da Rússia na Rio-2016.
— Eu acho extremamente improvável que eles estejam de acordo com nossos padrões até os Jogos Olímpicos. Nosso planejamento poderia levar dois anos para ser implementado no ritmo atual — avisou Reddie.
Reddie também pediu nesta sexta-feira que a Rússia não dificulte o acesso de agentes de controle de dopagem a atletas de alto rendimento. O pedido acontece duas semanas depois de um agente da Wada ter recebido ameaças de deportação quando tentava colher amostras de um atleta paralímpico russo.
O caso aconteceu em Tryokhgorny, uma das chamadas “cidades proibidas” da Rússia — áreas de interesse estratégico nas quais a entrada de estrangeiros só acontece com permissões especiais. O agente da Wada acabou tendo problemas com um agente da FSB, o serviço de inteligência da Rússia, que tentou deportá-lo para a Alemanha.
— Esse tipo de ação é totalmente inaceitável e o acesso completo às chamadas 'cidades proibidas' deve ser garantido. Estamos tendo que lidar muito firmemente com uma série de problemas intermináveis na Rússia — lamentou Reddie.