Ainda que o Fluminense tenha sido dono da melhor chance do primeiro tempo, era claro que a proposta de Levir Culpi para o jogo contra o Palmeiras era conservadora. E diante de um Palmeiras mais ousado no segundo tempo, com variações táticas, o tricolor sucumbiu. Não teve respostas, alternativas táticas capazes de surpreender. Quando tentou usar peças mais ofensivas, foi incapaz de oferecer riscos. A derrota por 2 a 0, na capital paulista, foi inapelável.
Praticamente iguais em desempenho no primeiro tempo, Fluminense e Palmeiras foram mais eficazes ao anular armas do rival do que ao criar jogadas.
O Palmeiras sofria quando pressionado na saída de bola. Acontece que o mesmo ocorria pelo lado tricolor. A opção por Cícero mais adiantado, deixando Édson e Pierre como volantes, tornava mais custoso o trabalho de iniciar jogadas.
Restava a recuperação da bola mais à frente, fórmula para as duas chances de gol do Fluminense. A melhor delas, desperdiçada por Fred no lance final da primeira etapa. Após cruzamento de Gustavo Scarpa, Cícero cabeceou e Fred obrigou, primeiro, Fernando Prass a fazer excelente defesa. No rebote, o atacante desperdiçou um gol quase certo.
O Palmeiras incomodava em lances de velocidade pelo lado, em especial pela direita. Foi por lá que Roger Guedes levou perigo em dois lances.
No intervalo, Cuca fez duas substituições, mexeu em quatro posições e apostou em quatro homens com característica de atacantes, um deles Alecsandro, centroavante nato. Com Moisés no meio-campo, seu time dominou no setor. À base de movimentação e velocidade, criava chances. Uma cabeçada de Vitor Hugo, após falta batida por Dudu, abriu o placar, aos 11 minutos. Aos 13, da combinação de Roger Guedes e Jean na direita, veio o gol de Alecsandro.
O assustador é que, mesmo com as entradas de Richarlison e Marcos Junior e o retorno de Cícero à posição de volante, o Fluminense jamais conseguiu levar a bola da defesa ao ataque em esforços coletivos. Era previsível, quase burocrático. A melhor oportunidade apareceu em lance individual de Richarlison, desperdiçado por Gustavo Scarpa.