O Brasil chora lama. A tragédia sem precedentes que se abateu sobre o Brasil vai aumentando suas vítimas, cada vez com menos chances de encontrar sobreviventes.
Nas redes sociais, campanhas para arrecadação de donativos, água potável, especialmente, e imagens que chocam são disparadas a todo momento, com o pedido “oremos por Brumadinho”.
Três dias depois do rompimento da barragem, da criação de um comitê da crise comandado pelo governo federal, de multas aplicadas contra a Vale… a diretoria da empresa começa a se defender, diz que não tem responsabilidade sobre o ocorrido e pede para que a Justiça desbloqueie seu rico dinheirinho.
Embora seja bonito ver a solidariedade das pessoas, é a Vale quem tem que providenciar água, comida e abrigo a todas essas pessoas e animais. É o mínimo de humanidade que pode mostrar agora.
Enquanto o País todo – e até fora dele – se mobiliza para ajudar os sobreviventes, aqueles que deveriam ter evitado a tragédia tentam limpar a lama das suas mãos. E, como nos conta a história recente, conseguirão, caso as autoridades não sejam mais rigorosas do que foram com a tragédia de Mariana, onde três anos depois as famílias ainda brigam para recuperar o pouco que tinham.
O Brasil teve a oportunidade para corrigir o rumo e evitar que o mar de lama se repetisse. Não o fez! Já passam de 60 mortes confirmadas, mas há quase 300 pessoas desaparecidas e que podem estar debaixo de toda aquela sujeira. Algumas talvez nunca mais sejam encontradas.
No Paraná, relatório publicado há pouco mais de um ano alertava para o perigo das barragens. São quase 400 e poucas delas há informações colhidas in loco. O problema: falta pessoal técnico para fiscalizar esses locais. A pergunta que fica é: o que pode ser mais importante que a vida?
Oremos por Brumadinho e pelo restante do Brasil.