A promessa do Comitê Rio-2016 para o público da Olimpíada é não faltar comida nem bebida nos pontos de venda das arenas, servir a cerveja “trincando”, garantir pratos rápidos incluindo opções vegetarianas e massas, além de oferecer salgados com “a cara do Brasil”. A ideia, segundo os organizadores, é manter o expectador nos locais olímpicos, sem que precise se deslocar para restaurantes próximos. Assim, poderá “vivenciar uma experiência única” que vai além das disputas esportivas. Os preços? Serão substanciosos como nos grandes shows na cidade. A cerveja, por exemplo, estará 30% mais cara do que no Rock in Rio e na Copa do Mundo. E os sanduíches, 50% a mais do que no Mundial de 2014.
– Queremos que o público possa chegar cedo e, se quiser, fique até tarde. A ideia é proporcionar uma experiência diferente. As áreas externas do Parque Olímpico e do Complexo Olímpico de Deodoro terão shows, ativações dos patrocinadores e por isso se tornam locais de entretenimento. E a comida e a qualidade desse serviço são pontos importantes dentro deste contexto – explica Rodrigo Tostes, diretor executivo de operações do Rio-2016, que aponta diferenças em relação à Copa do Mundo. – O expectador não chega para um jogo e depois vai embora. Ele estará dentro de um parque, com outras atrações. E queremos que ele se divirta. Afinal não sabemos quando teremos outra oportunidade como essa de novo.
Segundo Marcello Cordeiro, diretor de alimentos, bebidas e limpeza e gestão de resíduos do Rio-2016, os preços são adequados ao tamanho do evento. Isso porque foi feito investimento alto na cadeia de fornecimento e as empresas tiveram que certificar seus centros de distribuição, principalmente no quesito segurança sanitária.
Ele contou que além disso, foi montado esquema especial de distribuição que incluiu pontos avançados de estoque nos locais das competições com refrigeração e monitoramento por câmeras 24 horas. Isso é para não faltar itens. A quantidade de bebida e de comida armazenada será compatível com o consumo de cerca de três dias. Assim, haverá tempo suficiente para novas reposições quando necessárias.
Dois grandes fornecedores serão os responsáveis pela alimentação do público e seus caminhões serão rastreados, monitorados e lacrados por motivos de segurança. Os lacres só poderão ser rompidos dentro das centrais de distribuição de cada área esportiva. E os alimentos, “reconhecidos” por sistema digital.
– Aprendemos com a Copa do Mundo, que teve planejamento conservador, e não faltará comida nos locais de competição. Vai ter valor de show, mas a comida será boa e a cerveja, trincando – garante Marcello, que afirma ter chegado a um equilíbrio nos preços. – O investimento foi grande e a gente não está ganhando dinheiro com isso.
Assim, a cerveja Skol, única que será servida já que a marca é parceira dos Jogos, custará R$ 13 (473ml) e virá acompanhada de copo temático. O preço é 30% mais caro do que na Copa do Mundo. No Mundial de 2014, a cerveja nacional custava R$ 10 e a importada, R$ 13 (também 473ml). No Rock in Rio, em 2015, o chope custou R$ 10.
O refrigerante (600ml) sairá por R$ 10 e as opções serão apenas as da marca Coca Cola, também patrocinadora. Água, Matte Leão e suco em lata custarão R$ 8. Na Copa, a água foi R$ 6.
Os sanduíches de carne, frango, linguiça ou vegetariano sairão por R$ 15, cinco reais a mais do que opções semelhantes na Copa do Mundo.
Os salgados como coxinha, pão de queijo, esfirra, joelho e croissant custarão R$ 10. Pratos como escondidinho de frango, massa (com opção de molho pomodoro ou bechamel) e salada (com proteína ou não) serão R$ 20. Entre os snacks, biscoito de povilho por R$ 6 e pipoca, o dobro R$ 12. As sobremesas variam de açaí (R$12) e salada de frutas (R$ 12) a picolés de cajá e chocolate premium (R$ 10).
Léa Horii, gerente de concessões de alimentos e de bebidas do Rio-2016, explicou que antes da definição do cardápio, foi feita uma pesquisa para saber o que o público gostaria de consumir nesses nos locais. E, dentro dessas sugestões, montaram os conceitos dos pontos de venda, divididos em salgados, sandubas, pizzas, massa, sobremesa e mercadinho grab-n-go. Esse último é voltado para o público fitness. As opções vegetarianas de sanduíches e pratos foram pedidas nas pesquisas com o público.
Ela explicou que haverá diferença na oferta dos itens nas lanchonetes internas das arenas em relação aos pontos de venda das áreas externas (mais itens).
QUATRO GRANDES PONTOS DE VENDA
No Parque Olímpico, onde haverá maior concentração de público, serão quatro grandes pontos de venda na área externa. Em Deodoro, dois quiosques, além de reforço de ambulantes que circularão com carrinhos. Os ambulantes venderão itens mais simples, como snacks, sorvetes, açaí e chocolate.
Para evitar aglomeração, haverá dois tipos de fila: para pagamento e para retirar a comida. Será preciso comprar o voucher antes de fazer o pedido. O pagamento poderá ser feito com dinheiro ou cartão de crédito, porém a única bandeira aceita será Visa, patrocinador do evento.
Todos os vauchers comprados precisarão ser usados no mesmo dia e no mesmo local. Não será permitido usá-lo em outra data ou em outra arena esportiva. Essa informação será comunicada no momento da compra ou existirá aviso nos caixas.
O público, que será revistado para entrar nas instalações olímpicas, poderá levar apenas comida industrializada não perecível, em embalagem original e lacrada, como biscoitos e barra de cereal. Não será autorizada a entrada com frutas nem bebidas. Mas, quem quiser levar garrafa de água pode: contanto que esteja vazia, sem tampa, para poder encher com a água dos bebedouros espalhados pelas arenas. Vidro é proibido.