Esportes

Temendo vaias, Temer não irá à Arena Condá no velório coletivo

BRASÍLIA – Mesmo com críticas duras do pai do zagueiro Filipe Machado, um dos 71 mortos no acidente, o presidente Michel Temer está determinado a não ir para a Arena Condá. Equipes da Presidência em Brasília e já em Chapecó estão preparadas somente para a solenidade no aeroporto, na recepção dos caixões.

Há temor, entre auxiliares, de que Temer fosse hostilizado no estádio, como aconteceu nas duas últimas vezes que foi a arenas esportivas: vaias nas aberturas da Olimpíada e Paralimpíada no Maracanã. Mesmo com seis meses de Palácio do Planalto, Temer tem somente 14% de aprovação, segundo o Ibope.

Assessores minimizam a escolha de Temer, afirmando que a ida ao campo de futebol traria uma imagem “antipática” e levaria “transtornos” por conta do forte aparato de segurança, o que afastaria torcedores do gramado. Para o palácio, as reclamações do pai do zagueiro vêm do momento delicado das famílias.

O presidente entregará a Cruz e Medalha do Mérito Desportivo para os familiares dos 51 mortos. Na Presidência, as críticas do pai do zagueiro são justificadas pelo momento de luto. Todo o aeroporto de Chapecó será mobilizado para o evento: sala de administração para a cerimônia de recepção dos caixões com Temer, a sala de desembarque para familiares e a sala de embarque para a imprensa.

Antes de as urnas serem recebidas pelas autoridades, haverá uma cerimônia militar em homenagem aos mortos, que estarão em três aviões da Força Aérea Brasileira (FAB). O cerimonial estima que os caixões só devem ser levados do aeroporto, em caminhões dos bombeiros, duas horas depois de solenidades no local.