Cascavel – A doação de medula óssea pode salvar vidas e isso é comprovado por meio de casos bem-sucedidos. O Paraná realizou, de julho a dezembro de 2022, seis transplantes de medula óssea segundo dados do Inca (Instituto Nacional do Câncer). A probabilidade de encontrar alguém compatível pode chegar de 1 a cada 100 mil até 1 a cada 1 milhão de habitantes. Em função das características genéticas a chance de haver compatibilidade é de 30% entre irmãos, e é muito menor quando não existe nenhum grau de parentesco.
A medula óssea, encontrada no interior dos ossos, contém as células-tronco hematopoiéticas (são as células com potencial para dar origem a todos os tipos de células sanguíneas), que produzem os componentes do sangue, essenciais para a defesa do organismo. Essas células transplantadas da medula são utilizadas em pacientes, por exemplo, com leucemia e síndromes de imunodeficiência congênita.
A cada seis meses, o Redome (Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea) informa ao Hemepar (Centro de Hematologia do Paraná) quantos transplantes exitosos deste tipo foram feitos. “Encontrar um caso compatível é motivo de muita alegria, pois sabemos que aumenta a esperança de cura para o paciente que precisa desse transplante. Torcemos para que esse número seja cada vez maior e que mais pessoas possam fazer parte desta rede de solidariedade”, disse o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto.
O Paraná possui 567.941 doadores, sendo que o Hemocentro Coordenador, situado em Curitiba, é o local onde se concentra o maior número, com 227.176 cadastros. A Central Estadual de Transplantes é a coordenadora de todo o processo de cadastramento de doador voluntário de medula óssea. Todos os dados são incluídos no Redome, que posteriormente faz o cruzamento das informações dos pacientes que necessitam do transplante de medula óssea.
De acordo com o Hemocentro de Cascavel, aonde as pessoas interessadas podem fazer o seu cadastro, na cidade existem 17.682 pessoas cadastradas, sendo que para se cadastra é preciso que a pessoa faça a coleta de uma amostra de sangue pro exame de compatibilidade. O cadastro não é o mesmo de doação de sangue, pode ser feito de forma separada.
Cadastro doador
Para se tornar um doador de medula óssea a pessoa deve ter de 18 a 35 anos, estar com boa saúde e fazer um cadastramento prévio. No caso do Paraná, este cadastro está disponível em toda hemorrede estadual, onde são coletadas as informações pessoais.
Em caso de identificação de compatibilidade com um paciente, o doador será contatado para fazer outros testes para a efetividade da doação. A medula óssea pode ser coletada de duas maneiras e cabe ao médico decidir qual é a melhor para cada caso. Uma delas ocorre no centro cirúrgico para a retirada do interior dos ossos da bacia por meio de uma punção com agulha. Os doadores retomam suas atividades habituais uma semana após a doação.
Na outra, o doador utiliza medicação para a mobilização de células da medula óssea para a corrente sanguínea. Elas são obtidas por meio de punção venosa no antebraço. Nas duas situações, a medula óssea do doador se recompõe em 15 dias, com a recuperação total do organismo. De acordo com o Ministério da Saúde, o Registro de Doador Voluntário existe em diferentes países. O Brasil possui o terceiro maior registro do mundo, com 5,5 milhões de brasileiros cadastrados. Para atualizar o cadastro, acesse o site redome.inca.gov.br, clicando na aba doador: atualize seu cadastro.
Foto: Sesa/AEN