
Paraná - A PRF (Polícia Rodoviária Federal) do Paraná divulgou balanço no número de mortes nas rodovias federais paranaenses neste ano, que apontam que ouve uma alta de 2% no número de mortes nas rodovias federais de todo o Estado, índice um pouco menor do que no primeiro semestre que atingiu o pico de 8% a mais, em comparação com o mesmo período de 2024.
Com os sinistros registrados no último trimestre, o aumento percentual caiu para 1,8%. Apesar de sinalizar uma tendência de queda, os dados ainda preocupam, especialmente ao considerar o alto patamar de mortes. De janeiro a setembro deste ano foram ao todo 453 vidas perdidas. “Muitos desses óbitos estão relacionados a comportamentos inadequados, como excesso de velocidade, ultrapassagens mal sucedidas e desatenção, por exemplo”, disse Fernando César Oliveira, superintendente da PRF do Paraná.
Segundo a PRF desde 2018, quando 494 pessoas perderam a vida, as rodovias federais no Paraná têm registrado crescimento nos números de mortes em sinistros, contrariando a tendência de queda. Em 2024, de janeiro a setembro, foram constatadas 444 mortes. Os principais tipos de acidentes responsáveis por puxar a alta no primeiro semestre — atropelamentos e colisões frontais — tiveram uma redução de participação no total de registros.
Esses tipos, que contabilizavam até junho mais de 50% das mortes, passaram a representar 47% das ocorrências. Apesar dessa diminuição, 71 vidas foram perdidas nesses sinistros. Com relação à fiscalização, em comparação ao mesmo período em 2024, de janeiro a setembro, houve diminuição no número de infrações de ultrapassagem, com queda de cerca de 37%.
Porém, o excesso de velocidade (comportamento de risco para sinistros graves) apresentou um aumento de aproximadamente 38% em 2025. Ao longo deste ano, até setembro, foram registradas 9.905 ultrapassagens proibidas e 391.076 condutores foram autuados por excederem o limite de velocidade.
No início do segundo semestre, a PRF intensificou ações voltadas à segurança viária, com reforço da fiscalização de velocidade, combate à embriaguez ao volante e intensificação de campanhas educativas ligadas à Semana Nacional do Trânsito. A redução nesse período também pode estar associada a uma otimização na sinalização viária e às melhorias realizadas pelas concessionárias.
Apesar da tendência favorável nesse período, a PRF alerta que os próximos meses exigem atenção redobrada. O último trimestre do ano concentra alguns dos períodos de maior movimento nas rodovias, especialmente durante os feriados prolongados e as festas de fim de ano, quando historicamente há aumento no número de sinistros graves. Por isso, a busca por melhores resultados depende diretamente da adoção de atitudes responsáveis por parte dos condutores, como o respeito aos limites de velocidade, a não combinação de álcool e direção e a realização de ultrapassagens seguras.
BR-369
Na contramão do Estado, a delegacia da PRF de Cascavel teve, no mesmo período, uma queda tanto nos óbitos, quanto no número de acidentes. Neste ano foram 65 mortes, 650 feridos, 161 feridos graves e 487 acidentes, dados menores do que no ano passado que totalizou – 67 óbitos, 670 feridos, 183 feridos graves e 556 acidentes ao todo. Os dados abrangem as rodovias BR-277, BR-163, BR-369 e a BR-158.
Somente na BR-369 neste ano foram 28 mortes, 159 feridos, 46 feridos graves e 114 acidentes. O índice é 64,71% superior ao mesmo período do ano passado que tiveram 17 óbitos, 154 feridos, 38 pessoas feridas gravemente e 115 acidentes. Os dados se referem ao trecho de Cascavel a cidade de Mamborê, um trecho de pouco mais de 150 quilômetros.
De acordo com o inspetor da PRF, Edir Veroneze, o que puxou os números para cima foi a BR-369, que teve quase o dobro do número de óbitos no mesmo período do ano passado, sendo a principal preocupação da PRF. “Temos vários fatores que podem contribuir com os acidentes, mas o que a gente pode frisar aqui é que os condutores tenham atenção e não cometer infrações em locais que não possam ultrapassar, cuidar com o acesso à rodovia e não trafegar com excesso de velocidade”, salientou.
Veroneze ainda reforçou o uso do cinto de segurança e lembrou que a PRF está trabalhando com operações específicas em todo trecho da BR-369 para tentar conscientizar e reduzir estes números. “Principalmente nestes locais que tem maior probabilidade de acidente, que são as travessias em locais do perímetro urbano estamos agindo de forma pontual, trabalhando cirurgicamente naqueles pontos para ter essa redução, importante para o trânsito da nossa delegacia”, reiterou.