Saúde

Estudo visa antecipar doenças provocadas pela relação do ser humano com os animais

O edital destina cerca de R$ 1 milhão para sete projetos de pesquisa dentro do conceito de saúde animal, humana e ambiental

Estudo visa antecipar doenças provocadas pela relação do ser humano com os animais

Foz do Iguaçu – Antecipar possíveis doenças que possam causar uma pandemia é uma das propostas contempladas no edital de Saúde Única do Governo do Paraná. Iniciativa inédita no País, desenvolvida pela Secretaria do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo e pela Seti (Superintendência Geral de Ciência e Tecnologia e Ensino Superior), e viabilizado pela Fundação Araucária, o edital destina cerca de R$ 1 milhão para sete projetos de pesquisa dentro do conceito de saúde animal, humana e ambiental.

A pesquisa propõe o estudo do material genético (DNA e RNA) de novos agentes causadores de doenças (etiológicos) pela técnica de metagenômica em amostras de sangue de animais de produção e selvagens. Ele foi proposto pelo professor da Unila (Universidade Federal da Integração Latino-Americana), Walfrido Kühl Svoboda, que recebeu mais de R$ 246 mil para desenvolver a pesquisa. De acordo com ele, a linha de frente dos estudos é a prevenção para tentar antecipar o diagnóstico de futuros e novos agentes etiológicos.

“As grandes pandemias foram de origem zoonótica, derivadas de doenças oriundas de animais, como a gripe suína, a aviária, a febre amarela e o Ébola, por exemplo”.

O material a ser analisado foi coletado pela Adapar (Agência de Defesa Agropecuária do Paraná). São aproximadamente 11.574 amostras de sangue de bovinos de 1.758 propriedades rurais, de 20 municípios, e 1.943 amostras de sangue de suínos de 320 criatórios, de 221 municípios. Caso o resultado para uma possível zoonose dê positivo, serão feitas capturas de animais selvagens que vivem próximos a estas criações de animais de produção (bovinos e suínos) para estudos mais completos, em uma segunda fase do projeto.

Além da Adapar e da Unila, que foi a proponente, outras oito instituições estão envolvidas no processo, como o Instituto Evandro Chagas, de Belém do Pará, que auxilia com tecnologia de ponta; a Universidade do Norte do Paraná, com profissionais veterinários; a Universidade Federal do Paraná câmpus Curitiba e Palotina; a 9ª Regional de Saúde; o Centro de Medicina Tropical da Tríplice Fronteira; o Centro de Controle de Zoonoses de Foz do Iguaçu; o Instituto de Pesquisa em Vida Selvagem e Meio Ambiente do Paraná e a Secretaria de Agropecuária e Meio Ambiente de Santa Terezinha de Itaipu.