Cascavel – Um mosquitinho pequeno, mas que pode ser fatal. Infelizmente, a dengue não tem dado trégua e a possibilidade de uma nova epidemia preocupa a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde de Cascavel), já que, somente no último ano epidemiológico, mais de 13 mil pessoas adoeceram. Para esse cenário não se repetir, os agentes de endemias iniciaram ontem uma força tarefa de combate ao Aedes aegypti.
A ação foi realizada no Jardim Veneza, que apresentou índice de 4,9% no último LIRAa (Levantamento de Índice Rápido e amostral), enquanto o preconizado pelo Ministério da Saúde é de 1%. A situação é alarmante, uma vez que já caracteriza alto risco de infestação. Cerca de 50 agentes de endemias trabalharam no local ao longo do dia e fizeram a vistoria de mais de 2,4 mil imóveis.
Segundo a gerente da Divisão de Vigilância em Saúde, Clair Wagner, a ação visa identificar os possíveis criadouros da dengue. “A intenção é entrar nos imóveis, orientar a população, eliminar criadouros, promover tratamento se necessário e também notificar em casos que não for possível a eliminação no momento”, explicou a gerente.
Para vencer essa batalha, a estratégia é poder público e população unirem forças. Além da vistoria dos agentes, a Sesau pede que a comunidade também abrace a causa e faça a limpeza semanal nos quintais, uma vez que o ciclo de vida do mosquito é de 7 a 10 dias. As condições climáticas que combinam altas temperaturas e chuva são ideais para a proliferação do mosquito, por isso, é imprescindível não deixar locais que possam acumular água.
É o momento propício para fazer a limpeza com água e sabão de todos os depósitos fixos, bebedouros de animais, vasos plantas, eliminando qualquer ovo ali depositado, realizar o descarte adequado de todos os lixos orgânicos e recicláveis evitando que se tornem possíveis focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue.
Vale destacar que os agentes estão sempre uniformizados e identificados com o crachá. Os bairros Jardim Itália e Pacaembu também receberão a força-tarefa, dia 3 e 10, respectivamente. O índice médio do Liraa realizado neste mês de janeiro apontou um índice de 2,0%, ou seja, de médio risco de infestação no balanço geral do Município. A cidade tem atualmente 19 casos confirmados da doença.
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Foz do Iguaçu no combate ao mosquito
A Secretaria Municipal de Saúde de Foz do Iguaçu por meio do Centro de Controle de Zoonoses, está intensificando as ações de combate à dengue na região Sul da cidade, com prioridade na comunidade do Bubas, considerada de alto risco para a doença neste momento. Desde agosto de 2022, em que teve início o novo ano epidemiológico, até agora, foram 5.473 notificações e 263 casos confirmados da doença no município.
As mulheres são as principais vítimas da dengue, especialmente entre 33 e 44 anos de idade, conforme aponta o último boletim epidemiológico. “Seguimos as informações do nosso mapa de calor e hoje ele aponta duas áreas prioritárias, no Morumbi e no Bubas. Agora estamos priorizando o Porto Meira e precisamos do apoio da população para evitar o aumento de casos”, explicou a supervisora técnica do CCZ, Renata Defante Lopes.
Os agentes de combate às endemias estão visitando as casas para repassar informações e vistoriar os quintais. Agentes comunitários de saúde farão a busca ativa de pessoas com sintomas da doença e a Secretaria Municipal da Fazenda atuará na fiscalização de terrenos baldios ou imóveis com acúmulo de lixo e possíveis focos do mosquito da dengue.
“Estamos orientando os moradores a cuidar dos quintais, eliminando possíveis criadouros do mosquito e também orientando aquelas pessoas que estejam com sintomas da doença a procurarem a unidade de saúde”, reiterou a supervisora. A partir da próxima segunda-feira (6), a Secretaria de Meio Ambiente vai disponibilizar caçambas no entorno do Bubas para o descarte de entulhos e materiais inservíveis, principalmente os que possam acumular água.
Preocupação
Logo nos primeiros imóveis vistoriados na manhã de ontem, os agentes de endemias encontraram larvas do mosquito Aedes aegypti. A preocupação é grande, já que há uma previsão de chuva para os próximos dias. “O risco de dengue aumenta nos dias de altas temperaturas e chuvas fortes, pois as fêmeas procuram locais quentes e úmidos para colocarem seus ovos”, salientou Renata.
Para auxiliar o CCZ e as demais secretarias nesta ação, o morador também pode fazer uma denúncia pela Central 156 (telefone 156 ou aplicativo e site eOuve) e informar locais com mato alto, acúmulo de lixo e possíveis focos do mosquito.