A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) de Cascavel realizou ontem (16) uma coletiva de imprensa para divulgar o resultado do 2º LIRAa (Levantamento de Índice Rápido e Amostral) do ano, que apontou um alto risco de infestação do mosquito. O índice de 4,3% está muito acima do preconizado pelo Ministério da Saúde que é de 1% e causa preocupação, já que no ano passado a cidade enfrentou uma das piores epidemias da doença.
O levantamento foi realizado nos dias 13,14 e 15, quando os agentes vistoriaram um total de 4.736 imóveis em todas as regiões da cidade. No 1º ciclo realizado em janeiro deste ano, o Município registrou 2,1%, considerado médio risco para infestação geral e esperava que esse novo levantamento o índice tivesse reduzido, o que não ocorreu, subindo em mais de 100% a infestação do Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika vírus e chikungunya.
Cascavel já tem 28 casos positivos da doença, com 12 paciente internados, sendo oito adultos e quatro crianças; 97 casos aguardam resultado. Além disso, existem mais de 3,2 mil notificações da doença e um caso de chikungunya.
De acordo com o secretário municipal de Saúde, Miroslau Bailak, as condições climáticas, com chuvas frequentes e altas temperaturas, têm sido o cenário favorável à proliferação do mosquito, o que reforça a necessidade da faxina semanal nas residências e comércios, eliminando qualquer item que possa acumular água e que pode se tornar um criadouro da dengue.
Cidade em alerta
Conforme os dados do LIRAa, apesar do índice geral ser de 4,3%, há regiões da cidade que o número é ainda maior. As regiões do Centro, Palmeiras, Alto Alegre, Santo Onofre, Santa Cruz, FAG, Treviso e Paulo Godoy tiveram o maior índice de toda a cidade, com 8,8%. Além disso, nenhum bairro apresentou índice menor que 1%, ou seja, toda a cidade está em alerta e moradores devem agir para uma nova epidemia não ser instalada na cidade.
Para Bailak, a cidade está em um momento com alta infestação dos criadouros de mosquito. “Tenho chamado a atenção da população que Cascavel é uma ilha e estamos cercados de dengue por todos os lados. Podemos ter 700 a 800 casos daqui umas duas semanas, se continuar o desleixo de uma grande parcela da população. Precisamos da ajuda de cada um para nos livrarmos de uma vez por toda, pois a dengue é uma doença que mata. Então, vamos tomar cuidado com a dengue e com a chikungunya, já que o mosquito transmite as duas doenças”, alertou Bailak.
Além disso, o secretário reforçou que se mais casos de dengue forem confirmados, toda a cidade sofre. “Os pacientes com os sintomas, o sistema de saúde fica abarrotado e a vizinhança com a ameaça de mais pessoas ficarem doentes. É uma cadeia de sofrimento que pode ser evitada apenas com cuidados simples como manter o quintal limpo”, disse, lembrando que no ano epidemiológico do ano passado a cidade contabilizou 15 mortes pela a doença e 13.010 casos.
O secretário disse que ações mais enérgicas, inclusive a aplicação de multa, estão sendo preparadas. “Sou contra a multa, mas neste momento é necessário”, constatou.
foto: Secom
Foz em situação de emergência
O Município de Foz do Iguaçu decretou situação de emergência em relação ao risco de epidemias por doenças transmitidas por vetores como dengue, chikungunya, vírus da zika e febre amarela urbana. Até o momento, são 13.983 casos notificados e 873 confirmados no atual ano epidemiológico. Desde 27 de fevereiro, o município está em situação de epidemia.
O Paraná também está em alerta da circulação do vírus da chikungunya. Nesta quinta-feira (16), a Secretaria Estadual da Saúde realizou em Curitiba, mais um ciclo da capacitação sobre enfrentamento da chikungunya. O encontro, que dá continuidade às ações para o enfrentamento da doença no Paraná, reuniu de forma presencial e online, médicos, enfermeiros, profissionais de atenção à saúde, agentes de endemias e agentes comunitários de saúde de todo o Estado, que tem 6.851 casos de dengue e 38 de Chikungunya.
