Mais de um terço do que produzimos ano passado foi para pagar tributos. O peso da carga tributária do Brasil atingiu um perigoso recorde, especialmente em um país que tenta sair da crise e cada vez encontra mais obstáculos.
Mais do que nunca precisamos acelerar a reforma tributária. Ontem, o ministro Paulo Guedes voltou a sugerir que a proposta tramite junto com a da reforma da Previdência no Congresso. A ideia dele é que, enquanto uma anda na Câmara, a outra seja agilizada no Senado. E com razão. Não temos mais tempo a perder.
Ante os problemas que vêm sendo vistos neste início de ano, o Ipea reviu para baixo o PIB para este ano, de 2,7% para 2%, e faz um alerta: sem a aprovação das reformas, a economia vai estagnar e já no ano que vem voltamos à recessão.
A partir disso os cenários vão se mostrando cada vez mais sombrios. Embora o Banco Central tenha mantido a taxa básica de juros no seu menor nível histórico, a previsão é de que a ociosidade do setor produtivo possa provocar a volta da inflação. São movimentos que vão desafiando as teorias econômicas convencionais e tirando o poder das ferramentas ortodoxas.
O clima de otimismo que abriu 2019 começa a se evaporar ante a falta de respostas do governo federal. Esta semana o mercado reagiu, e forte, aos bate-bocas públicos de quem deveria estar debruçado sobre as reformas. Ele não quer saber de xororô nem “quem começou primeiro”. Quer respostas. Quer ações. Quer as reformas prometidas e necessárias.
O Brasil não pode mais perder o bonde. Pois há um sério risco de que o próximo leve anos para passar novamente.