Angélica da GR
A toledana Angélica Kvieczynski é referência na ginástica rítmica brasileira. Aos 27 anos, ela parou de competir no ano passado depois de ter sido a primeira ginasta individual do País a conquistar uma medalha no individual geral e a única a conquistar quatro medalhas em uma edição de Jogos Pan-Americanos, em Guadalajara 2011 e Toronto 2015. Angélica é ainda hexacampeã brasileira e tetracampeã do Troféu Brasil.
Fora do esporte
Esses são alguns dos resultados mais relevantes da toledana no esporte. Fora dos tablados das apresentações, entretanto, poucos conhecem algumas de suas histórias, nem mesmo seus pais. Ou pelo menos não conheciam, até ela revelar em entrevista ao portal Uol Esporte, no quadro “minha história”. Na matéria, Angélica revelou que sofreu terror psicológico para emagrecer, como ser chamada de “gorda” e “obesa” por treinadores, competiu gravemente lesionada e que tentou comprar uma arma para se suicidar.
Só choro
Angélica revelou ainda que a cultura da ginástica rítmica era a “do choro”, após humilhação com agressões à honra: “não vou levar para competição para passar vergonha com você gorda desse jeito”, ameaçavam os técnicos da seleção brasileira sediada em Curitiba, em 2007. Nessa época “estava com 15 anos e nem usar caixa eletrônico eu sabia. Treinava num clube muito família em Toledo e não conhecia nada do mundo”, lembrou. Foi na seleção que a toledana passou a ter um início de transtorno alimentar, pois comia de tudo e depois tomava laxante para perder peso, e não tomava água.
Lesões
Angélica relatou dramas com lesões: “no Mundial de 2010, na Rússia, sofreu a ruptura do menisco de um dos joelhos e perguntaram se eu conseguiria competir”. Ela competiu e “foi horrível”, tinha que sair carregada depois de deixar a apresentação sorrindo. No Brasil, já com a seleção sediada em Aracaju, ela passou por cirurgia e em seguida descobriu que estava com trombose em duas veias na perna, o que podia matá-la ou resultar na amputação do membro.
Final feliz
Angélica relatou ainda que isso foi o início do fim, pois sem treinar engordou muito, “de 55 kg a 74 kg”, conheceu a balada e teve depressão. Foi quando tentou comprar uma arma para tirar a própria vida, mas foi contida por uma amiga, que descobriu o plano. Ela disse que a vida só começou a mudar quando foi convidada a ser embaixadora das Olimpíadas Escolares (hoje Jogos Escolares da Juventude), em 2015, quando conheceu o noivo, o jogador de badminton Daniel Paiola.