O Departamento de Justiça dos EUA abriu uma investigação sobre as acusações de doping sistemático no esporte russo. De acordo com o jornal “The New York Times”, a procuradoria do distrito leste de Nova York já começou a colher informações sobre o esquema de dopagem que envolvia atletas, treinadores e dirigentes de alto escalão.
Na legislação americana, os tribunais federais podem levar a julgamento estrangeiros que não vivem no país, mas cujas atividades criminosas tenham alguma conexão com o EUA — por exemplo, o uso de um banco americano para depositar ganhos ilícitos.
No início de maio, o antigo chefe do laboratório anti-doping da Rússia, Grigory Rodchenkov, havia revelado ao “New York Times” um esquema de dopagem e de encobrimento de testes positivos para substâncias proibidas. Segundo Rodchenkov, o sistema levou à eliminação de mais de 100 amostras de urina de atletas russos durante as Olimpíadas de Inverno de Sochi-2014, quando a Rússia terminou com a liderança no quadro de medalhas.
Nesta quarta-feira, o ministro de Esportes da Rússia, Vitaly Mutko, anunciou que vai cooperar com a Agência Mundial Anti-Doping (Wada) nas investigações sobre esquemas de dopagem nos Jogos de Sochi. Em artigo publicado no GLOBO, também nesta quarta, o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, reforçou o pedido de cooperação das autoridades esportivas russas e indicou que as investigações podem levar à exclusão de atletas da Rússia das Olimpíadas de 2016, no Rio.
Em 2015, o Departamento de Justiça dos EUA e o FBI atuaram na investigação e prisão de dirigentes envolvidos em esquema de corrupção na Fifa, Conmebol e Concacaf. A ação das autoridades americanas atingiu personagens brasileiros, como o então vice-presidente da CBF José Maria Marin, que atualmente cumpre prisão domiciliar em Nova York.