Economia

Bares e restaurantes ficam sem luz no fim do túnel e com “nome sujo”

Endividamento supera 90% do setor no Paraná

Bares e restaurantes ficam sem luz no fim do túnel e com “nome sujo”

Curitiba – O atraso no pagamento de dívidas pelo fornecimento de água, luz e gás, em função dos mais de 16 meses fechados devido a pandemia do coronavírus, está penalizando duplamente os empreendedores do setor de gastronomia e entretenimento do Paraná. Com o nome sujo na praça, eles estão literalmente sem luz no fim do túnel para refinanciar dívidas e reabrir os estabelecimentos.

Diante das dificuldades, a Abrabar (Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas) fez um apelo ao governador Ratinho Junior para intervir com as empresas estatais fornecedoras dos serviços básicos e impedir o protesto em cartórios. A intenção é garantir condições mais favoráveis para o pagamento de contas em atraso, informa Simoni Saris.

A gastronomia e o entretenimento é um dos setores mais afetados pela crise sanitária decorrente da pandemia e acumula resultados negativos desde março do ano passado. As medidas restritivas adotadas para conter a propagação do coronavírus causaram a falência de 30% dos restaurantes, 40% dos bares, 75% das casas noturnas e 80% das empresas de eventos no Paraná.

Na capital e nas cidades turísticas, esses estabelecimentos foram ainda mais afetados. O índice de endividamento do setor supera os 90% e a expectativa é de que apenas em 2023 haja uma retomada e normalização dessas atividades.

 

Estrago

A Abrabar calcula que um terço de todos os estabelecimentos do setor no Estado fechou as portas desde o início da pandemia. Com o protesto das dívidas, disse o presidente Fábio Aguayo, a preocupação dos empresários é com o agravamento da situação financeira, já que o nome sujo resultaria em aumento das restrições, como maior dificuldade na captação de crédito.

Eles também pedem a redução dos juros nas negociações das contas em atraso com empresas como Sanepar, Copel e Compagás. “No ano passado, nos movimentamos nesse sentido e tivemos a garantia de que não ocorreriam os protestos. Entramos em contato com as empresas e elas recuaram, mas agora estão querendo protestar as dívidas de novo”.

 

Desrespeito

Aguayo acusa ainda o desrespeito, pelas empresas, aos termos da Lei Estadual 20187/2020, que proíbe as concessionárias de serviço público de interromperem o fornecimento de luz, água e gás para alguns públicos, entre eles, micro e pequenos empresários e MEIs.

“Isso não está sendo cumprido. Tenho relato de um dono de restaurante que teve a luz cortada na hora do funcionamento. A Copel é desorganizada nessa questão. Por isso, as entidades estão entrando com ações por danos morais, perdas e danos e reparações”.

 

Contraditório

A Sanepar e a Copel informaram que cumprem a legislação de não interromper o fornecimento dos serviços ou protestando dívidas. A Compagás não se manifestou.