PEQUIM – O prisioneiro olha por trás das grades, com jornais do dia na frente para provar que ainda está vivo. Poderia ser a imagem de qualquer sequestro, mas é um esforço de um zoológico de Taiwan para mostrar ao público que não, o urso não morreu.
Tuan Tuan, sua parceira Yuan Yuan e seu filho de 3 anos, Yuan Zai, são os animais mais populares de Taiwan, com até 30 mil visitantes diários no zoológico de Taipei, capital do país, apenas para vê-los.
“Estão todos bem, e vocês são bem-vindos para visitá-los”, disse à imprensa local Chin Shih-chien, diretor do zoológico.
Nesta semana, o boato da morte de Tuan se espalhou pelo país após ser publicado na internet pelo tabloide chinês Global Times. O jornal se retratou, mas já era tarde: milhares acreditaram que o governo estava escondendo a morte devido a importância política da família de ursos.
Tuan Tuan é o macho de casal, doados à Taiwan em 2008, num dos mais conhecidos exemplos da “diplomacia de pandas” chinesa, método pelo qual o país presenteia países aliados (ou que querem que sejam aliados) com animais para agradar os governantes e o público. O país asiático faz isso desde o século VII, quando a imperatriz Wu Zetian presenteou o imperador do Japão com um par.
Pequim afirma que a ilha autogovernada de Taiwan como seu território, para ser trazido sob o seu controle pela força, se necessário. Porém, o presente de pandas faz parte da tentativa de reaproximação pacifica: foi feito quando Ma Ying-jeou, simpático à China, foi eleito presidente em 2008.
Dessa vez, os rumores começaram poucos dias antes da posse do sucesso de Ma, Tsai Ing-wen, que é abertamente contrário a reunificação. Seu partido, inclusive, consideram os animais um esforço de propaganda chinês. Ainda assim, seria um golpe na popularidade do novo governo se um dos pandas morresse.