Cascavel – Por um placar apertado (oito a seis), a Câmara de Cascavel rejeitou, na terça-feira (15), o pedido de abertura de uma Comissão Processante para investigar possível quebra de decoro parlamentar por parte do presidente da Casa, Gugu Bueno (PR), e dos vereadores Jaime Vasatta (PTN) e João Paulo (PSD).
O pedido havia sido protocolado no dia anterior pelo presidente do PSol, o sindicalista Laerson Matias, e foi embasado na ação proposta pelo MP (Ministério Público) por supostos atos de improbidade administrativa.
A leitura do pedido, feita pelo secretário Romulo Quintino (PSL), durou quase meia hora. A decisão ocorreu logo em seguida e contou com os votos de 14 dos 21 vereadores, até em função de os acusados estarem regimentalmente impedidos de opinar.
Como Gugu faz parte da denúncia, a sessão foi comandada pelo vice-presidente Luiz Frare (PDT) e não teve momentos de polêmica.
Eu entendo que a denúncia não é uma retaliação, mas uma oportunidade para os vereadores se livrarem das acusações. Por isso, sou favorável à abertura da Comissão Processante, afirmou Rui Capelão (PPS), o primeiro a se manifestar.
Os vereadores contrários à abertura da comissão se mantiveram calados. Eles seguiram o parecer da Procuradoria Jurídica da Casa, que no dia anterior já havia apontado várias falhas na propositura.
Os votos
A favor da abertura da Comissão Processante votaram os Alécio Espínola (PSC), Pedro Martendal (PSDB), Walmir Severgnini (Pros), Professor Paulino (PT), Rui Capelão (PPS) e Paulo Porto (PCdoB). E contra votaram os vereadores Aldonir Cabral (PDT), Claudio Gaiteiro (PSL), Ganso sem Limite (PSD), Fernand Winter (PTN), Nei Haveroth (PSL), Marcos Rios (SD), Robertinho Magalhães (PMN) e Romulo Quintino (PSL).
Sem surpresa
O autor do pedido não recebeu com surpresa a decisão da Câmara de arquivar o pedido de investigação.
O resultado da votação não me surpreende, mas é lamentável em todos os aspectos de moralidade e transparência, afirmou Laerson Matias. Nós poderemos ter mais três vereadores recebendo salário sem trabalhar, como aconteceu com os vereadores Paulo Bebber e Mário Seibert, que foram afastados pela Justiça, mas continuam recebendo da Câmara, ressaltou.