Cascavel – A falta de médicos especialistas em Cascavel gera uma fila de espera por consultas de 37.610 pacientes, que, em alguns casos, aguardam há dois anos por atendimento. Os dados foram consultados no Portal Saúde e Cidadania no último dia 4.
A maior demanda é verificada na área de oftalmologia. São 6.651 pacientes que precisam do atendimento. O Município conta com cinco prestadores de serviços e uma média de 1,2 mil consultas ao mês.
Apesar disso, a demanda é maior do que a oferta e em muitas situações há necessidade de retorno para as consultas. Se hoje não entrasse mais ninguém na fila, teríamos a possibilidade de zerá-la em até quatro meses, entretanto, haverá sempre a inserção de mais pacientes, explica a gerente da atenção especializada do Município, Neli Norder.
Somente pelo Cisop (Consórcio Intermunicipal de Saúde do Oeste do Paraná) há três médicos contratados.
Atuamos como controlador dos serviços, cada município tem direito a uma quantidade de consultas conforme aquilo que recebe do governo à sua população. Se a demanda não é atendida, cabe a eles buscarem alternativas, afirma o presidente, Darci Tirelli.
A gerente da atenção especializada afirma que o número de consultas pode variar, pois depende dos recursos repassados pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
O governo determina um teto físico e financeiro. Quando o paciente precisa de mais procedimentos, além da consulta, o custo é maior, e isso também interfere nos atendimentos, ressalta.
Na sequência de dificuldades estão procedimentos de cirurgia vascular. Nessa especialidade há apenas dois profissionais em Cascavel.
O Município conta com um profissional no CAE [Centro de Atenção Especializada] para atender casos clínicos, mas a maior demanda é por cirurgias e problemas de varizes e nesse caso, a fila é conduzida pela 10ª Regional de Saúde, justifica Neli ao afirmar que a lista é de 4.196 pacientes.
Dermatologia e psiquiatria
A área de dermatologia tem 3.545 pessoas na fila de espera. São quatros médicos no Município, mas ainda assim, insuficientes para atender a demanda.
É uma das áreas que encontramos dificuldades para a contratação por conta dos valores que são pagos às consultas, comenta a gerente.
O presidente do Cisop, Darci Tirelli, acrescenta que os profissionais recebem em torno de R$ 30 a R$ 70 por consulta e na rede particular o valor pode chegar a R$ 300. Na especialidade da psiquiatria 3.508 aguardam por consulta. Há quatro profissionais, um deles contratado para o CAE.
A gerente da atenção especializada comenta que o Município busca alternativas para resolver as dificuldades.
Temos a meta de credenciar novos serviços para conseguir mais recursos do Governo Federal, porém a contratação de especialidades é a maior dificuldade de todos os serviços públicos.
O presidente do Cisop acredita que a construção da nova sede do órgão possa reduzir a fila das consultas.
Enfrentamos problemas pela falta de estrutura, mas com a nova sede haverá possibilidade, em parceria dos municípios, de ampliar o número de profissionais, ressalta Tirelli.
Diminuição da fila
De acordo com o secretário Municipal de Saúde, Reginaldo Andrade, apesar da extensa fila que o Município enfrenta, a situação é melhor se comparada ao último ano.
De 45 mil pacientes, caiu para pouco mais de 37 mil, enfatiza.
Em relação às novas contratações, ele comenta que ainda não há previsão de concursos públicos, mas que o Município trabalha para que o tempo de espera por consultas seja reduzido.
Tivemos reforço no CAE e a nossa meta prioritária é de que os agendamentos sejam atendidos em menos de 90 dias.
(Com informações de Romulo Grigoli)