Cotidiano

Prefeitura de Niterói anuncia que vai assumir a manutenção do IML da cidade

RIO – Dois dias depois de assumir o custeio da alimentação dos cavalos da Polícia Militar que estão ajudando no patrulhamento do bairro de São Francisco, na Zona Sul da cidade, a Prefeitura de Niterói anunciou nesta quinta-feira que ficará agora responsável também pela manutenção do IML (Instituto Médico Legal) e das delegacias distritais da Polícia Civil. Crise – 09/06

Em nota, a prefeitura informou que também foram construídas companhias destacadas para a Polícia Militar, reforma da sede da Delegacia de Homicídios e reabertura de cabines da PM que estavam fechadas e o compartilhamento delas com a Guarda Municipal.

CHEFE DA POLÍCIA CIVIL NÃO DESCARTA COLAPSO DA INSTITUIÇÃO DIANTE DA CRISE

O cafezinho está mais ralo, mas ainda é oferecido quentinho e em xícara no gabinete do delegado Fernando Veloso, chefe de Polícia Civil, no prédio na Rua da Relação, no Centro do Rio de Janeiro. Servida em ocasiões especiais, a bebida é o último ?luxo? ainda mantido na corporação, que enfrenta uma das mais graves crises em seus 200 anos. Com cortes no orçamento, contingenciamento de recursos e uma dívida com fornecedores que ultrapassa R$ 80 milhões, a Polícia Civil está a um passo do colapso e no limite de seu funcionamento. Os serviços básicos estão sendo garantidos graças a alguns repasses feitos pela Alerj e pelo Detran.

? Estamos no limite de nossa capacidade operacional, e não descarto a possibilidade de um colapso. Quando, não sei. Tivemos que replanejar tudo, até nossa atuação durante os Jogos Olímpicos. Estamos nos adequando aos recursos disponibilizados, numa situação-limite ? disse Veloso.

Um dos grandes desafios tem sido manter o funcionamento do Instituto Médico-Legal (IML). Na unidade do Centro, por falta de condições de higiene ? sem receber, a empresa que fazia a limpeza suspendeu as atividades ?, não são mais realizadas necropsias, apenas exames de corpo de delito. Além disso, a equipe de legistas foi transferida para o IML de Campo Grande.

policiacivil.jpgOutros problemas: foi cortado o fornecimento de papel usado nas delegacias; o número de veículos da corporação circulando caiu a um terço; gasolina está sendo racionada; e vários contratos, incluindo os de limpeza, foram cancelados.

? Não tem como não pensar em mais cortes. Vamos cortar muito mais. A gente não quer isso, mas precisa fazer. E são cortes que impactarão o produto final, que é o atendimento à população. A única coisa que eu posso garantir é que não vamos fechar delegacias ? afirmou Veloso.

Em comparação com o ano passado, o orçamento da Polícia Civil já havia sofrido um corte de cerca de 20%, passando para R$ 1,7 bilhão. Com o avanço da crise no estado, o governador Luiz Fernando Pezão determinou, em fevereiro, com o decreto 45.569, um enxugamento de 30% no orçamento geral do estado, incluindo o da segurança pública. Ontem, o governador em exercício Francisco Dornelles anunciou mais cortes nos gastos das secretarias.

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