Ex-campeão de salto em distância, Lamine Diack foi presidente da Federação Internacional de Atletismo (IAAF) entre 1999 e 2015. Ele e seu filho, Papa Massata, eram investigados desde o início do ano passado pela Justiça francesa por compra de votos para a sede das Olimpíadas em 2016 (a eleição foi em 2009) e 2020 (2013), cuja sede será Tóquio.
A investigação começou após denúncia do jornal britânico ?Guardian?. De acordo com a publicação, Diack teria subornado, em janeiro de 2008, seis membros do Comitê Olímpico Internacional (COI) para que votassem em Dubai para os Jogos Olímpicos de 2016. O senegalês integrou o comitê entre 1999 e 2013. Neste período, manteve uma consultoria chamada Black Tidings, cujo nome em hindu significa ?lavagem de dinheiro sujo?.
Antes de defender a candidatura de Dubai, Diack havia feito lobby para que os Jogos fossem em Doha, no Qatar. Para isso, de acordo com o ?Guardian?, Papa Massata combinou por e-mail suborno a seis delegados do COI. Doha, no entanto, não chegou a formalizar sua candidatura.
Após Dubai ser eliminada da disputa, Diack ? que cumpre prisão domiciliar em Paris ? teria levado os delegados sob sua influência para a candidatura do Rio. Sob seu guarda-chuva estavam membros de países africanos e da IAAF. Ao todo, contando com ele, seriam 15 delegados na época do ?conclave?.
Depois da escolha do Rio, Diack disse ao site de sua federação que havia um ?apelo universal? para que as Olimpíadas fossem realizadas na América do Sul.
No ano passado, o então presidente americano Barack Obama, que foi à Dinamarca defender a candidatura de Chicago, afirmou em entrevista que a eleição dos Jogos foi ?um pouco arranjada?, e que já sabia que sua cidade seria eliminada muito antes da votação. (C.O.)