Cascavel – Um misto de sonho e necessidade. Essa é a realidade dos pais que passaram horas em frente à Defensoria Pública de Cascavel para garantir o atendimento e, quem sabe, com uma vaga em um Cmei (Centro Municipal de Educação Infantil).
Mas atrelado a essa espera, existe a dificuldade por parte do Município em colocar essas crianças na escola.
A pergunta que fica é: se existe uma fila de espera no Município com mais de duas mil crianças, como essas que procuram o atendimento pela Defensoria conseguem? Aonde elas se encaixam? Novas vagas são abertas ou as salas de aula ficam superlotadas?
Segundo a Secretaria Municipal de Educação, no ano passado 212 crianças foram inseridas nas creches do Município via decisão judicial. Este ano, já são 226. As liminares, nos termos determinados na sentença judicial, são cumpridas e a inserção da criança ocorre dentro do prazo determinado pelo juiz, não sendo automática.
Em relação às vagas, elas são ofertadas em qualquer unidade da cidade, independente de ser uma das opções da família. Conforme a Secretaria, as crianças que já estão sendo atendidas, não perdem a sua vaga. Mas para onde foram essas 440 crianças que foram encaminhadas pela Justiça?
Segundo a Secretaria, com a inauguração de quatro Cmeis no ano passado nos bairros Santa Felicidade, Interlagos, Tarumã e Guarujá, 600 novas vagas foram criadas. Este ano, foram disponibilizadas aproximadamente duas mil vagas, das crianças que saem dos Centros e ingressam na escola.
Unidades
A reportagem questionou a Secretaria de Educação quanto à previsão de construção e entrega de novos Cmeis. Conforme a assessoria, havia a previsão de construção de quatro novas unidades para o segundo semestre deste ano, sendo que dois dependiam de recursos federais que não foram liberados devido aos cortes no orçamento da União. A nota cita ainda que, devido ao período eleitoral, já não há tempo de encaminhar os processos.
Outros dois, previstos para a construção com recursos do Município, dependerão da avaliação das receitas, o que está sendo feito pelo Executivo. Com essas quatro unidades a previsão era que mais 600 vagas fossem criadas para 2017.