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Brasil derrota a Venezuela com gols de Gabriel Jesus e Willian

Não foi a melhor versão da seleção brasileira na, até aqui, impecável passagem de Tite pelo comando. Mas foi daqueles típicos jogos em que a qualidade do jogador é definitiva. E, claro, tendo como acessórios indispensáveis um time que, de fato, é mais organizado, mas que também é mais confiante, vive melhor astral. Passaram-se quatro meses desde a queda na Copa América dos EUA de um time mergulhado na depressão. Em seguida, vieram um ouro olímpico e quatro rodadas de eliminatórias, com quatro vitórias. Se um time ainda está se construindo, o ambiente é outro. Nesta terça, os 2 a 0 na Venezuela levaram a seleção à liderança das eliminatórias, algo que soava impensável até junho passado, beneficiada pelo empate do Uruguai com a Colômbia.

TABELA: Jogos e classificação das eliminatórias

Mais do que a Venezuela, o parâmetro para medir a atuação do Brasil era o próprio Brasil, o time que atuara nas três primeiras partidas sob o comando de Tite. Como se a própria seleção tivesse elevado o nível de exigência. E, a bem da verdade, qualquer que fosse o parâmetro, o time que se apresentou em Mérida esteve abaixo do desejável. Foi o pior Brasil com Tite.

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Da fase atual, foi o jogo em que, por menos tempo, houve a percepção de que a situação estava controlada, que a seleção determinava o ritmo da partida e o rumo do jogo. E isto contra um rival tecnicamente pobre. Foram raros os momentos em que a seleção conservou a bola através da troca de passes, defendeu-se com a bola, evitando que o adversário tivesse a chance de atacar. Imprecisa, mais espaçada do que o habitual, a seleção andou devolvendo a bola mais rapidamente do que o habitual à Venezuela, perdia o domínio, por vezes, na saída de jogo. Com isto, correu atrás de alguns contragolpes, com a defesa desmontada e Fernandinho se vendo mais sozinho do que o usual para um volante desta seleção. No mais perigoso contra-ataque, a cinco minutos do intervalo, Peñaranda quase marcou.

eliminatórias OUT

Mas houve coisas boas, também. A melhor, Gabriel Jesus. E é sintomático que o maior ponto positivo da seleção tenha sido um brilho individual e não o coletivo. Um erro terrível do goleiro Hernández, aos sete minutos, desatou o nó que ameaçava se formar. Jesus aproveitou e fez um gol de veterano, com personalidade, frieza e categoria para tocar por cobertura. Uma vantagem que mudou a cara do jogo. A Venezuela decidiu se posicionar mais à frente e também deu espaços. O jogo oferecia espaços para a saída rápida de contragolpe, para que os atacantes fossem acionados em menos toques. E, neste ponto, Jesus foi notável. Além do gol, foi o pivô que recebia o passe longo e amaciava a bola para quem chegasse de trás; foi também o homem do bom passe; foi o atacante que fez o time jogar.

Do intervalo, voltou o um Brasil que viveu seu melhor momento em campo: mais coletivo, mais controlador do jogo. Foi assim que saiu o gol de Willian, após jogada de Filipe Luís e Renato Augusto.

O cenário parecia propício à goleada, em especial quando a Venezuela se abriu de vez. Acontece que, se com a bola o Brasil tinha ainda mais espaços, sem ela demorava a recuperar a posse, não cortava na raiz as tentativas do rival, era mais espaçado do que nos últimos jogos. O jogo virou uma ida e volta incessante, ataque e contra-ataque de forma descontrolada, algo distinto do estilo que a seleção brasileira busca. De um lado Jesus perdeu uma chande, de outro foi Rondón; numa rápida troca de passes, Daniel Alves cruzou para Paulinho errar a finalização, na volta Guerra quase descontou. Um jogo franco que só foi interrompido pelos 22 minutos de queda de energia.

Na volta, a seleção cumpriu a função de gerir o que faltava de partida correndo menos riscos. Do outro lado, uma Venezuela de guarda baixa, sabe-se lá se mais consternada pela campanha das eliminatórias ou pela situação do país, exigiu apenas uma defesa de Alisson.

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VENEZUELA 0 X 2 BRASIL

Venezuela: Hernández, Rosales, Ángel, Velázquez e Feltscher, Rincón, Flores (Herrera) e Juanpi (Guerra); Martínez, Rondón e Peñaranda (Otero).

Brasil: Alisson, Daniel Alves, Marquinhos, Miranda e Filipe Luís; Fernandinho, Paulinho e Renato Augusto; Willian (Taison), Gabriel Jesus e Philippe Coutinho (Giuliano).

Gols: 1T: Gabriel Jesus, aos 7m; 2T: Willian, aos 7m.

Juiz: Víctor Carrillo (Peru).

Cartões amarelos: Ángel, Velázquez, Paulinho e Herrera.

Público pagante: 40.726.

Local: Mérida (Venezuela).