RIO – O juiz da 1ª Vara Federal de Angra dos Reis, Raffaele Felice Pirro, decretou nesta segunda-feira o sigilo das investigações sobre a queda do avião que levava o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki e outras quatro pessoas. A aeronave caiu em Paraty, no Sul-Fluminense na última quinta-feira. Nesta terça-feira, o Ministério Público Federal e a Polícia Federal vão ouvir testemunhas do acidente.
A procuradora Cristina Nascimento de Melo, do Ministério Público Federal em Angra dos Reis, pediu à Anac e ao comando da Aeronáutica documentos relativos à manutenção da aeronave e gravações de conversa entre piloto e torre de controle.
CAIXA-PRETA TEM DANO
De acordo com o G1, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), ligado à Aeronáutica, informou nesta segunda-feira que a caixa-preta do avião tem danos. No entanto, ela é dividida em duas partes e a que contém o gravador de voz é “altamente protegida”. A caixa-preta, que contém o gravador de voz, está em Brasília desde o último sábado.
A Aeronáutica não informou ao G1 se já identificou algum registro de voz no gravador ou se o contato com a água do mar o danificou.
Além do ministro do STF, morreram no acidente o empresário Carlos Alberto Filgueiras, dono do Hotel Emiliano, a massoterapeuta Maira Lidiane Panas Helatczuk, de 23 anos, e a mãe dela, Maria Ilda Panas, de 55 anos.
Parte dos investigadores que atua no caso do acidente em Paraty trabalhou nas apurações sobre a morte do ex-governador Eduardo Campos em um acidente aéreo em Santos (SP) em plena campanha presidencial de 2014. Na equipe da Polícia Federal que foi deslocada pelo caso há integrantes que atuaram no episódio de 2014, mas a composição não é exatamente a mesma.
Teori era relator da Lava-Jato no STF. Era ele quem homologava delações premiadas que envolvessem políticos com foro privilegiado, como ministros, deputados federais e senadores. As últimas delações que estavam sendo analisadas por ele eram de executivos da Odebrecht.