BUENOS AIRES ? A multinacional Coca-Cola quer comprar o negócio de iogurtes e sobremesas Sancor, segundo confirmou uma fonte da filial argentina ao ?La Nación?. Desta maneira, a empresa ? que acaba de chegar a um acordo com a Unilever para ficar com a Ades por US$ 575 milhões (quase R$ 2 bilhões) ? se soma ao grupo agroindustrial Vicentin na lista de interessados pela unidade da corporação de produtos lácteos.
?Estamos interessados em comprar parte do negócio de Sancor?, disse uma fonte, que não especificou o montante que a multinacional de bebidas estaria disposta a pagar na transação. ?Queremos que vá a público que estamos interessados. Há negociações?.
O Vicentin ofereceu US$ 100 milhões (quase R$ 340 milhões) por 90% das ações da Sancor na Alimentos Refrigerados S.A. (Arsa S.A.), a companhia com a qual a firma láctea pensa negociar a unidade e as instalações de produção localizadas em Arenaza, Buenos Aires e Córdoba, entre outros pontos passíveis de negociação.
A Coca-Cola tem entrado fortemente no mercado de produtos lácteos do continente. No Panamá, adquiriu o Grupo Industrias Lácteas; no México, a firma Santa Clara; no Equador, as Industrias Lácteas Toni; e no Brasil, a Verde Campo. Além disso, tem a marca Fairlife nos Estados Unidos. A multinacional também se movimentou neste segmento na Índia.
DOIS CANDIDATOS
Sacor, que no acumulado de nove meses apresenta um déficit de 1,5 bilhão de pesos (R$ 375 milhões), começou a analisar diversas alternativas para melhor a situação das contas. Como o ?La Nación? informou no sábado passado, a empresa tem um plano, discutido por executivos em reuniões com sócios da firma, para captar uns 2,6 bilhões de pesos (R$ 650 milhões). Nesta linha, procura coletar 1,4 bilhão (R$ 350 milhões) com a venda do negócio de iogurtes e sobremesas. Para fazer isso, prevê transferir suas ações a Arsa S.A. ? tema a ser discutido no próximo 29 de junho, quando haverá uma assembleia de sócios em Sunchales, em Santa Fé, sede da corporação.
Além disso, a corporação tem a perspectiva do governo de somar 400 milhões de pesos (pouco mais de R$ 100 milhões) do Fundo para o Desenvolvimento Econômico Argentino (Fondear) e para incorporar outros 280 milhões de pesos (quase R$ 70 milhões) do Banco de Investimento e Comércio Exterior (Bice). A tudo isso, possui uma dívida de cerca de 500 milhões de pesos (cerca de R$ 125 milhões) com a Sancor Salud e a Sancor Seguros que cancelaria renegociar o montante em melhores condições.