BRASÍLIA – As novas informações do delator Fábio Cleto reforçam o movimento por um desfecho rápido para o caso do presidente afastado da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O líder do PT na Câmara, Afonso Florence (BA), disse nesta sexta-feira que esses dados sem somam às demais acusações e “reforçam a necessidade de cassar Cunha”. Mas parlamentares mais experientes ainda apostam numa mobilização de Cunha na CCJ, onde o deputado Ronaldo Fonseca (PROS-DF) apresentará seu parecer na próxima terça-feira sobre o recurso apresentado por Cunha para tentar forçar que seu processo retorne ao Conselho de Ética.
O primeiro-secretário da Câmara, deputado Beto Mansur (PRB-SP) , disse que a Câmara “não aguenta mais” e que o calendário da Câmara não pode ser o calendário de Cunha. Ele é um dos defensores da renúncia de Cunha, mas não acredita que isso ocorra, apesar da pressão nesse sentido.
O líder do PT disse que, no caso de Cunha, há provas já nas investigações sobre sua atuação junto à Petrobras. Ele criticou
? Até agora há robustas provas, e o mandato de Cunha tem que ser cassado. As delações mostram que o principal partido que se beneficiou da Petrobras foi o PMDB, de Cunha e Michel Temer ? disse Florence.
Nos bastidores, os defensores da saída de Cunha avaliam que ele ainda tentará outras manobras para retardar uma definição da Casa. Ele estaria atuando junto à CCJ, onde teria 26 votos. Além disso, há uma irritação com as ações do presidente interino Michel Temer para tentar proteger Cunha.
Para Beto Mansur, esse problema já chegou ao seu limite na Câmara. Como primeiro-secretário, ele disse que “não aguenta mais”.
? Eduardo Cunha já está muito complicado. Mas o calendário de defesa não pode ser o calendário da Câmara. A gente não aguenta. Mas ele já está numa situação que uma, ou dez acusações não alteram a estratégia dele. Se ele tem uma, duas, dez ou 20 acusações, nada disso vai alterar o quadro se ele não tomar uma decisão de renunciar ? disse Beto Mansur.