Esportes

Crianças e adolescentes treinam no mesmo tatame de Rafaela Silva, o Instituto Reação

201608091903312823.jpgRIO – No mesmo tatame em que treina a campeã olímpica, crianças e adolescentes
alimentam um sonho igual ao que Rafaela tinha quando começou a usar um quimono ?
e que já realizou. Elas aprendem judô no polo Cidade de Deus do Instituto
Reação, que revelou a medalhista de ouro para o esporte. Volta e meia, assistem
de perto aos golpes da atleta. Aprendem também lições de vida que são dadas por
Geraldo Bernardes, mesmo treinador que descobriu Rafaela. Ali, ninguém pensa em
futebol na hora de apontar um exemplo a seguir. Infográficos Especiais – JUDO

? Meu ídolo? Rafaela ? diz Anna Belém, de 14 anos, uma
das promessas do Reação.

Bicampeã pan-americana, a menina é um dos talentos que
vêm sendo lapidados pelo projeto, criado em 2003 pelo judoca Flávio Canto. Só na
unidade Cidade de Deus, que hoje funciona no campus Freguesia da Universidade
Estácio, são 300 alunos, com idade a partir dos 4 anos. Outros 900 frequentam,
gratuitamente, os demais polos da ONG (Rocinha, Deodoro, Tubiacanga e Pequena
Cruzada). Todos têm a chance de seguir o caminho do esporte de alto rendimento,
mas também de alcançar transformações sociais por meio do judô.

? O objetivo é formar faixas pretas dentro e fora do
tatame. Muitos não serão medalhistas ou farão do judô uma meta na vida. Mesmo
assim, terão autoestima e garra para buscar seus sonhos ? afirma Leriane
Figueiredo, gerente executiva do projeto.

Se o caminho for o profissional, diz ela, o instituto ?
que funciona com o apoio da iniciativa privada ? também dará o suporte que, no
Brasil, costuma ser raro. Atualmente, no Reação, são aproximadamente 200 atletas
nessa trilha. Quatro deles, olímpicos: no Time Brasil, além de Rafaela, há o
judoca Victor Penalber, eliminado ontem; e no primeiro Time de Refugiados dos
Jogos, os congoleses Popole Misenga e Yolande Mabika, que lutam hoje. E Geraldo
Bernardes garante: a geração Tóquio 2020 já está sendo preparada.