Curitiba – Em alusão ao “Novembro Azul”, a Sesa (Secretaria de Estado da Saúde) lançou a campanha que este ano traz como tema central “Saúde do Homem: Imunização é Fundamental”. A Sesa reforça o alerta para que os homens mantenham suas cadernetas de vacinação em dia, lembrando que o tema foi criado para sensibilizar a população masculina da importância desse cuidado, sendo comprovado que os homens morrem mais cedo em relação às mulheres e são mais negligentes nos cuidados relacionados à saúde.
A Sesa lembra que as ações para a população masculina acontecem durante todo o ano, como forma permanente e com abordagens nos cinco eixos da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem com acesso e acolhimento, prevenção de violências e acidentes, saúde sexual e reprodutiva, paternidade e cuidado, saúde mental, principais doenças que acometem essa população, estímulo a hábitos saudáveis de vida, entre outras.
Para o secretário estadual da Saúde, Beto Preto, o cuidado deve ser permanente e preventivo. “O homem geralmente busca os serviços de saúde de forma tardia, neste caso é esperado que algumas doenças como neoplasias, doenças cardíacas, respiratórias, diabetes, doenças do aparelho circulatório entre outras, já estejam em estados mais avançados e necessite de um atendimento especializado”, disse.
Segundo ele, é necessário conscientizar a população masculina de que muitos agravos poderiam ser evitados caso os homens realizassem com regularidade as medidas de prevenção primária, principalmente com a vacinação. “Devem procurar as Unidades Básicas de Saúde de forma preventiva, pelo menos duas vezes ao ano, mesmo sem sinais de doenças, para manter suas vacinas em dia, passar por consulta de odontologia e ser acompanhados com o objetivo de monitorar as condições gerais de saúde, voltadas para as particularidades de seus ciclos de vida”, reforçou.
Atenção primária
Neste primeiro nível de atenção à saúde são desenvolvidas ações de promoção, proteção e manutenção da saúde, incluindo a vacinação, tema central desta campanha. De acordo com um levantamento da Sesa, os homens se vacinam menos do que as mulheres. Além de se proteger, a vacina também evita a transmissão para outras pessoas que não podem ser vacinadas.
Homens imunizados podem oferecer proteção indireta a bebês que ainda não estão na idade indicada para receber algumas vacinas e de outras pessoas que não estão protegidas. Essa conscientização é uma das medidas mais importantes para a redução de doenças, sequelas e mortes, sendo fundamental para a retomada das altas coberturas vacinais no Paraná, e consequentemente, no país.
O Estado disponibiliza a essa população as vacinas da Covid-19, hepatite B, febre amarela, tríplice viral, dupla adulto e influenza. Todas elas podem ser encontradas nas salas de vacinação dos municípios. Das mais de 29 milhões de doses aplicadas no Paraná contra a Covid-19, 11.772.996 foram em homens acima de 18 anos. O número representa 39,87% do total. Em relação ao reforço da bivalente, 42,26% receberam esta vacina, de um total de 1.680.001 doses aplicadas, até agora.
Data busca romper ‘questões culturais’
e para que exames sejam uma rotina
Criado em 2008, durante todo o mês de novembro sociedades médicas e profissionais da saúde alertam a população masculina sobre a importância de exames periódicos para a prevenção e detecção precoce do câncer de próstata e de outras doenças. Para o médico urologista Ruimário Coelho, preceptor da residência médica em Urologia do Hospital de Clínicas da UFPR (Universidade Federal do Paraná) e diretor técnico do Uroville – Urologia Avançada, por questões culturais, muitos homens ainda resistem a procurar atendimento médico e acabam não fazendo os exames de rotina. “Por isso essa campanha é tão importante, para chamar a atenção de toda a sociedade sobre as doenças que atingem a população masculina”, explicou.
Uma dessas doenças silenciosas é o câncer de próstata, que atinge todos os anos cerca de 72 mil pacientes em todo o Brasil, de acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA). “Este é o segundo tipo de câncer mais comum na população masculina, atrás somente do de pele não melanoma, mas muitas vezes o diagnóstico é feito de forma tardia, o que pode comprometer o tratamento e, consequentemente, as chances de cura do paciente”, destacou.
Entre os fatores de risco para o câncer de próstata estão a idade, já que o risco aumenta com o envelhecimento, histórico familiar, sobrepeso e obesidade. A orientação é que todos os homens acima dos 50 anos façam consultas regulares com um urologista e, se tiver casos de câncer de próstata na família, este acompanhamento deve começar aos 40 anos de idade.