SÃO PAULO. Dois ministros do governo do presidente Michel Temer vão depor como testemunha de defesa de Cláudia Cruz, mulher do deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O ministro dos Transportes, Maurício Quintella (PR), deve depor ao juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba. O ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB), deverá depor por escrito.
Além dos dois ministros, a defesa de Cláudia Cruz arrolou como testemunhas de defesa seis deputados federais de cinco partidos diferentes: Jovair Arantes (PTB-GO), Hugo Motta (PMDB-PB), Carlos Marum (PMDB-MS), Felipe Maia (DEM-RN), Gilberto Nascimento (PSC-SP) e Átila Lins (PSD /AM). Jovair Arantes, que foi relator do processo de impeachment, Hugo Motta e Carlos Marum vão depor a Moro. Felipe Maia, Gilberto Nascimento e Átila Lins vão depor por escrito.
A escolha dos nomes de quem deve depor pessoalmente a Moro foi feita nesta quinta-feira pelos advogados de defesa de Cláudia. Eles consideram que algumas testemunhas são essenciais para demonstrar a ausência de envolvimento e conhecimento de Cláudia em relação aos negócios do marido. O MPF defende que Cláudia sabia que o salário de Cunha era insuficiente para cobrir os gastos, principalmente com cartões de crédito no exterior.
A mulher de Cunha responde por lavagem de dinheiro e evasão de divisas. De acordo com os investigadores, há indícios de que parte da propina desviada da Petrobras abasteceu contas no exterior em nome de offshores e trusts usados para pagar cartões de crédito internacional utilizados por ela. Os procuradores defendem que Cláudia tinha consciência dos crimes que praticava, pois era a controladora da conta da offshore Köpek, na Suíça, de onde saiu dinheiro para cobrir seus gastos. Entre 2008 e 2014, ela gastou mais de US$ 1 milhão.