Foz do Iguaçu – Pesquisa rápida feita pela CNM (Confederação Nacional de Municípios) mostra que não há ações de cooperação entre o Brasil e os países que compõem a linha de fronteira e as cidades-gêmeas para o enfrentamento da covid-19. Dos 82 Municípios que participaram do levantamento, 95,1% afirmam que não houve empréstimo de oxigênio do país vizinho ao município brasileiro, e apenas 2,4% disseram ter recebido medicamentos do kit intubação cedido ou emprestado.
O levantamento, feito de 26 a 30 de abril, focou nas prefeituras localizadas nos três arcos de divisa – Norte, Centro e Sul – do Brasil. O objetivo da pesquisa foi identificar se há cooperação entre os países latino-americanos e como ocorre o enfrentamento da pandemia, principalmente nos 204 municípios brasileiros que compõem a linha de fronteira e as cidades-gêmeas.
Conforme indica o mapeamento, 25 municípios afirmam ter medidas cooperativas entre os ministérios dos dois países vizinhos. No entanto, quando o questionamento é se o residente brasileiro pode se vacinar contra covid-19 no país vizinho, apenas 4,9% responderam positivamente. Em contrapartida, 28% dos gestores locais afirmaram que residentes estrangeiros podem tomar a vacina financiada pelo governo federal brasileiro.
De modo geral, a pesquisa indica que a possibilidade de os brasileiros se vacinarem nos países vizinhos é de apenas de 12,2%, enquanto as chances de um estrangeiro receber a vacina nos municípios fronteiriços é de 28%. Conclui-se que a falta de cooperação identificada na maioria dos municípios reflete diretamente na população, visto que o constante deslocamento de pessoas e serviços entre os municípios se mostra como intensificador da disseminação do vírus.
Os dados levantados mostram ainda que é praticamente inexistente a cooperação entre os municípios fronteiriços em relação à cessão de equipamentos essenciais para o tratamento de vítimas da covid-19, como os cilindros de oxigênio, medicamentos e instrumentos utilizados no processo de sedação e intubação.