Toledo – Com aumento de 62,6% no número de infectados na região oeste do Paraná, que em oito dias passou de 776 para 1.262 confirmações, e o registro de 25 mortes, cresce a pressão por novas medidas de restrição ao comércio e a serviços.
Em Toledo, por exemplo, o Conselho de Saúde solicitou ao Município que o comércio não essencial seja novamente fechado por 15 dias, uma maneira para evitar o colapso do sistema de saúde em decorrência do aumento da contaminação ou propagação do novo coronavírus.
O prefeito Lucio de Marchi informou que irá consultar o COE (Centro de Operações Emergenciais). O Município registrou recorde de casos diários nessa sexta, com 18 confirmações, elevando para 69 o total. São duas mortes.
Já em Cascavel, que figura há semanas como a segunda cidade com mais casos no Estado, novas medidas já foram discutidas entre o secretário de Saúde, Thiago Stefanello, o prefeito Leonaldo Paranhos e com representantes de entidades da sociedade organizada.
Thiago expôs o cenário do Município. Novas medidas foram anunciadas na segunda-feira (8), acompanhe no AO VIVO:
MPF pede fechamento
O MPF (Ministério Público Federal) sugeriu na sexta-feira que a Prefeitura de Cascavel adote medidas mais rigorosas ao funcionamento do comércio e que sejam mantidos abertos apenas os serviços essenciais, como alimentação, postos de gasolina e farmácias, e que haja restrição no comércio de 10 a 21 de junho, além de um rodízio entre diferentes setores do comércio.
O documento é assinado pela procuradora Andressa Zanette, e alerta para a possibilidade de colapso do sistema de leitos. “O Ministério Público Federal manifesta sua preocupação de que Cascavel seja responsável por colapsar o sistema de atendimento em toda Macrorregião Oeste. De nada adiantaria o elevado número de leitos ocupados em Cascavel ser amenizado sob o argumento de que na Macrorregião Oeste a taxa de ocupação está baixa, se Cascavel é a cidade polo e de maior população. Se a região tem em torno de 1,3 milhão de habitantes, Cascavel tem população de 330 mil habitantes (aproximadamente 25% da região). Ou seja, se a taxa de ocupação no Município está alta, é possível que a própria cidade de Cascavel também surja como a responsável por ocupar a maioria dos leitos de toda a região, colapsando o sistema”.
A procuradora pede ainda que “em razão da declaração pública do prefeito prevendo que ‘o início do pico chegou’”, que ele esclareça qual a previsão para o fim do pico e início do declínio da curva, e cite a base técnica para suas previsões.
No encerramento do texto, o MPF alerta que, se não ocorrer alguma ação por iniciativa da prefeitura, o Poder Judiciário pode ser acionado para buscar a implementação das medidas citadas.
O Município informou que iniciou na quinta-feira (4) a elaboração de uma proposta e que entidades conduzem ao longo do fim de semana uma proposta a ser apresentada na segunda-feira.
Veja a resposta do município ao MPF.
Médico dá “pito” e pede responsabilidade
Em uma transmissão ao vivo no início da noite dessa sexta-feira (5), o médico Fernando Pedrotti, de Toledo, fez um desabafo sobre o cenário atual da região, reclamou da falta de compromisso das pessoas e pediu mais responsabilidade.
Em um discurso direto e franco, Pedrotti deu um “pito” geral e alertou: “Teremos um decreto com adoção de uma série de medidas, das quais eu lamento, porque, se a gente tivesse uma postura diferente como sociedade, não precisaríamos de nada disso”.
Assista o pronunciamento completo do médico: