Saúde

Paraná distribui 369,6 mil doses e começa a vacinar idosos de 70 anos

Com a distribuição, o Paraná inaugura a vacinação de mais dois grupos prioritários: idosos de 70 a 74 anos e comunidades quilombolas

Vacina, vacinação,seringa, covid 19
Vacina, vacinação,seringa, covid 19

Curitiba – A Secretaria da Saúde enviou nessa segunda-feira (22) mais 369.650 doses de vacina contra o coronavírus às 22 Regionais do Paraná. O número é correspondente à nona remessa recebida pelo Paraná do Ministério da Saúde no sábado (20), composta por 240,4 mil doses, com a segunda metade da remessa recebida na última terça-feira (16), somando mais 129,2 mil doses.

O lote recebido no sábado é composto por 234.200 doses da Coronavac, produzidas no Instituto Butantan, e 6.250 desenvolvidas pela Universidade de Oxford/Astrazeneca, parte do primeiro lote produzido Brasil pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz). Já as 129,2 mil doses recebidas na semana passada são todas Coronavac.

“Estamos sob orientação direta do Ministério da Saúde fazendo com que todas essas doses cheguem aos paranaenses e fiquem imediatamente à disposição dos municípios. Faço um apelo para que os municípios gastem todas essas vacinas. É fundamental que elas sejam utilizadas o mais rápido possível”, afirmou o secretário estadual da Saúde, Beto Preto.

Com a distribuição, o Paraná inaugura a vacinação de mais dois grupos prioritários: idosos de 70 a 74 anos e comunidades quilombolas. São 264.910 doses destinadas à nova faixa etária dos idosos, correspondendo a 78,87% da população do grupo no Estado; e 6.250 destinadas às comunidades quilombolas, representando 63,1% do total do grupo.

Além disso, o Paraná segue imunizando os grupos de profissionais da saúde (que recebem mais 11.850 doses) e idosos de 75 a 79 anos, com 86.640 doses, referente a 47,11% da população dessa faixa etária).

Nova estratégia

A extensão da vacinação para os novos grupos é parte de uma nova estratégia de vacinação do Ministério da Saúde, que recomendou aumentar a população vacinada pela primeira dose. Dessa maneira, as 129,2 mil doses restantes do oitavo lote recebido, que estavam armazenadas no Cemepar até a data indicada para a segunda dose, passam a ser destinadas à primeira dose dos grupos.

A expectativa é de que, com o aumento da produção de doses das vacinas no País, o Ministério envie novas remessas referentes às segundas doses dentro do prazo recomendado pelas fabricantes.

“Nós queremos que as vacinas cheguem aos braços dos paranaenses para aumentar a imunização no Estado. A primeira dose já consegue dar, depois de alguns dias, condições para que o paciente se porventura for infectado tenha um quadro muito mais leve, não permitindo a necessidade de uma internação hospitalar”, explicou o secretário. “O Ministério da Saúde nos garante um maior fluxo de vacinas, e eu reitero a necessidade de que esse fluxo seja cumprido. Estamos em um momento em que precisamos ampliar a base de vacinados. Aumentando as pessoas vacinadas pela primeira dose, rapidamente nós conseguimos duplicar esse número”.

Para se ter uma ideia, essa remessa representa dois terços do total de pessoas vacinadas até agora, com a primeira dose. Até o meio-dia de ontem, o Paraná havia aplicado 778.168 doses da vacina contra a covid-19, sendo 582.991 da primeira dose e 195.177 da segunda.

Ao todo, o Estado recebeu 1.500.450 doses do governo federal até o momento.


Confira a quantidade de doses que cada Regional de Saúde recebe nesta remessa:

 

1ª RS – Paranaguá – 9.000 doses

 

2ª RS – Metropolitana – 103.640 doses

 

3ª RS – Ponta Grossa – 18.030 doses

 

4ª RS – Irati – 4.760 doses

 

5ª RS – Guarapuava – 15.950 doses

 

6ª RS – União da Vitória – 4.890 doses

 

7ª RS – Pato Branco – 9.100 doses

 

8ª RS – Francisco Beltrão – 12.310 doses

 

9ª RS – Foz do Iguaçu – 11.800 doses

 

10ª RS – Cascavel – 16.970 doses

 

11ª RS – Campo Mourão – 12.110 doses

 

12ª RS – Umuarama – 10.540 doses

 

13ª RS – Cianorte – 4.980 doses

 

14ª RS – Paranavaí – 9.680 doses

 

15ª RS – Maringá – 29.500 doses

 

16ª RS – Apucarana – 13.630 doses

 

17ª RS – Londrina – 38.050 doses

 

18ª RS – Cornélio Procópio – 9.200 doses

 

19ª RS – Jacarezinho – 10.280 doses

 

20ª RS – Toledo – 14.650 doses

 

21ª RS – Telêmaco Borba – 5.450 doses

 

22ª RS – Ivaiporã – 5.130 doses

 

TOTAL – 369.650 doses

 

Taxa de transmissão da covid-19 cai no Paraná, aponta estudo

Após 20 dias de medidas restritivas, a taxa de transmissão da covid-19 caiu no Paraná. O Estado tem um Rt médio de 0,77, o que significa que cada 100 pessoas com covid-19 podem contaminar outras 77, como mostram os dados atualizados no domingo (21) pelo sistema Loft, que analisa como está a transmissão do coronavírus no Brasil. Neste momento, o Paraná tem a menor taxa de reprodução (Rt) entre os estados brasileiros.

“De forma simples, o Rt indica a média de pessoas que serão infectadas pelo Sars-CoV-2 a partir de uma pessoa doente. Quando o Rt for igual a 1, a doença está estável, quando é maior, temos o crescimento do número de casos. Com essa taxa, abaixo de 1, há uma remissão no contágio”, explica a coordenadora de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde, Acácia Nasr. “A variação dessa taxa considera as mudanças no comportamento da população, como a quarentena, uso de máscaras, teletrabalho, suspensão de aulas e fechamento do comércio”.

A média de transmissão no País é de 1,04, sendo que o Estado com o maior índice de reprodução é o Ceará, com o Rt de 1,2. Somente em outros quatro essa média é igual ou inferior a 1: Amazonas (0,89), Rio Grande do Norte (0,89), Bahia (0,98) e Rio de Janeiro (1).

Desde o início da pandemia, há um ano, é a quarta vez em que há uma remissão na transmissão do vírus no Paraná, o que ocorre desde a última quarta-feira (17). O Rt chegou a um pico de 1,88 entre março e abril do ano passado e teve algumas variações, sempre superior a 1, até o início de setembro. A média oscilou entre 0,97 e 1 até o início de novembro, quando voltou a subir.

Entre 26 de dezembro e 7 de janeiro também houve queda da taxa de transmissão, que depois de uma leve alta voltaria a cair pelo período de um mês, entre 18 de janeiro e 18 de fevereiro de 2021. A transmissão, então, voltou a crescer até atingir um pico de 1,58 em 11 de março – naquela data, cada 100 pessoas infectadas contaminavam outras 158.

 

Sem descuidos

Para o secretário estadual da Saúde, Beto Preto, a queda na taxa de reprodução mostra um acerto das medidas adotas pelo governo do Estado para conter a disseminação do novo coronavírus, mas não deve haver descuidos porque a situação nos hospitais é preocupante.

Ele ressalta que a população não pode relaxar nas medidas de isolamento e que deve evitar viagens e aglomerações durante o feriado de Páscoa. “Reiteramos que não adianta adotar as medidas de contenção e chegar no feriado com toda aquela movimentação de viagens, visitas aos parentes, um final de semana na praia. Isso tudo ajuda a ampliar a velocidade de contágio”, afirma. “Nosso Rt baixou um pouco, mas os testes mostram que o coronavírus circula muito facilmente, de maneira comunitária, em todo o Estado, principalmente em Curitiba, na Região Metropolitana e na região oeste. Por isso, quem pode precisa ficar em casa para não fazer o vírus circular”, salientou.

De acordo com ele, cerca de 40% dos testes feitos atualmente dão positivo, sinal de que o contágio ainda está alto no Estado.

Paraná registra 14.855 óbitos

A Secretaria de Estado da Saúde divulgou nessa segunda-feira (22) mais 3.218 casos de covid-19 e 76 mortes pelo novo coronavírus. Os dados acumulados do monitoramento mostram que o Paraná soma 794.608 casos e 14.855 óbitos em decorrência da doença.

Os casos divulgados são de março (3.173), fevereiro (12) e janeiro (15) de 2021 e o restante de 2020. Das mortes, tratam-se de 33 mulheres e 43 homens, com idades que variam de 30 anos a 93. Um óbito aconteceu em janeiro, um em fevereiro e todos os demais em março.

Apesar de haver uma ligeira queda na fila de espera por internamentos, para menos de mil pela primeira vez desde o início de março, o número de internados segue elevado. Ontem havia 5.402 pessoas nas alas exclusivas para tratar covid-19, das quais 2.094 em UTIs, o maior número desde o início da pandemia.

A média móvel de mortes dos sete dias também apresentou ligeiro recuo, o primeiro em março, chegando a 100 ontem, 16,2% a menos que 14 dias atrás.