Foz vive 2ª onda e autoridades temem piora com flexibilizações

Foz do Iguaçu – No momento em que começa a aumentar a visitação e a reativar o turismo na fronteira, Foz do Iguaçu vive um cenário preocupante. Ontem (30), foi registrado o segundo maior número de casos diários de covid-19. Foram 150 confirmações; o maior registro é de 16 de julho, com 168 diagnósticos em um dia.

O diretor da Vigilância Epidemiológica, Roberto Doldan, afirma que o Município já vive a segunda onda da doença e teme um agravamento da situação com a liberação total da Ponte da Amizade, reaberta dia 15 de outubro. “Esse cenário é bastante preocupante. Estamos registrando, desde a abertura da Ponte da Amizade, um aumento expressivo no número de casos confirmados da doença em Foz do Iguaçu. Nós sabemos que tem também a pressão dos feriados. Tivemos feriado do dia 12, que está se refletindo agora, mas, com certeza, essa maior circulação de pessoas na fronteira contribui para o aumento no número de casos. Vemos com preocupação as flexibilizações e a vinda de turistas de outras cidades”.

Para Roberto, a situação atual é semelhante à vivida pelo Município em julho, só que, agora, a velocidade de crescimento da curva está mais acelerada. “Temos registrado crescimento exponencial no número de casos e que já ta ultrapassando o nosso ápice”, complementa Doldan.

Ocupação de leitos

Outra preocupação das autoridades de saúde é com relação ao registro de casos mais graves. “A pandemia tem um comportamento. Por ora, a doença está infectando jovens, fazendo casos leves, mas esses indivíduos levam a doença para suas casas e acaba contaminando aquele paciente mais crítico, idoso, acamado, que já tinha alguma doença. Esse acaba internando e, muitas vezes, morre. Pensamos que é um efeito dominó e que essa situação ainda vai vir a acontecer. Aí estaremos recebendo pacientes graves nos hospitais”, ressalta Roberto Doldan.

A taxa de ocupação de leitos UTI exclusivos para tratamento da covid-19 era de 58,67% ontem. O Município e o governo estadual elaboraram um plano de contingência ante a reabertura da fronteira, no qual previam mais 71 leitos de UTI. O documento foi enviado ao Ministério da Saúde, mas não houve posicionamento.

Novo decreto

Apesar do cenário de alerta, ontem o Município autorizou a retomada das atividades em casas noturnas, dos salões de dança e de bailes. De acordo com o novo decreto, festas e bailes poderão ocorrer apenas em locais autorizados para isso e a liberação é válida desde que os estabelecimentos sigam as medidas sanitárias.

A nova determinação também autoriza a utilização de espaços de recreação e de brinquedos coletivos infantis, inclusive em shoppings centers.

Conforme o decreto, eventos sociais com aglomeração de pessoas e que tenham atividades com contato físico, como danças, continuam proibidos.

Competições esportivas, festas infantis, eventos culturais, festas em chácaras e condomínios permanecem vedados pelo Município.

Média móvel revela aumento da curva da covid em Foz

Oeste se aproxima de 38 mil infectados

A região oeste do Paraná já soma 37.762 diagnósticos de covid-19. Os municípios que mais registram casos são Cascavel (9.624), Foz do Iguaçu (9.402) e Toledo (6.159).

Na região, 559 pessoas morreram em decorrência da doença. Nessa sexta, foram informados mais quatro óbitos: um em Foz (que chega a 142), um em Cascavel (que soma 161), um em Toledo (que chega a 73 vítimas) e a segunda vítima da doença em Missal.

No Estado, 210.500 pessoas se infectaram desde o início da pandemia e, desses, 5.155 não sobreviveram. Ontem foram informados mais 861 casos confirmados e 30 mortes.

Média Móvel

A média móvel, de sete dias, de mortes causadas pela covid-19 no Paraná caiu 64,1% na comparação com 14 dias atrás. Já a média móvel de casos ficou 13,5% abaixo no comparativo com o mesmo período. As duas curvas mostram tendência de queda significativa.

Internamentos

Nessa sexta, 1.548 pacientes ocupavam os leitos exclusivos para o tratamento da covid-19 no Estado. Desses, 695 estavam na UTI.

A taxa de ocupação dos leitos de UTI SUS Covid na Macrorregional Oeste subiu quatro pontos percentuais, para 46%. Já no Estado, a taxa se manteve em 56%.