
Cascavel e Paraná - O HUOP (Hospital Universitário do Oeste do Paraná) lançou nesta terça-feira (25) o novo edital para realizar uma segunda licitação destinada à contratação da empresa que vai administrar o CCP (Centro de Cirurgias Programadas), desativado desde 31 de agosto após um ano de funcionamento, período em que atendeu cirurgias eletivas represadas há anos. O novo certame está marcado para 9 de dezembro e o edital já está disponível no site do hospital, por se tratar de documento público.
De acordo com o diretor-geral do HUOP, Rafael Muniz de Oliveira, inicialmente foi feita uma licitação emergencial, válida por um ano, tempo durante o qual se elaborou o processo definitivo — mais complexo por envolver termo de referência, estudo técnico preliminar e análises adicionais solicitadas pela Sesa (Secretaria de Estado da Saúde), o que atrasou o cronograma. A primeira licitação, realizada em 10 de outubro, não teve êxito.
Segundo Muniz, a documentação da empresa classificada em primeiro lugar não atendia aos requisitos do edital, problema repetido pelas demais colocadas. “Cada empresa leva dois a três dias para ter sua documentação avaliada. Fechamos com a sexta colocada, que cumpria o edital, mas ela não apresentou proposta para iniciar os trabalhos, o que levou à frustração do processo”, relatou.
Por isso, foi necessário refazer o edital, reduzindo alguns critérios que haviam impedido a participação das cinco primeiras empresas, embora fossem pontos de segurança contratual. “É uma proteção para o hospital e para os pacientes. Pesamos um pouco a mão no primeiro edital. Agora, com requisitos ajustados, esperamos maior concorrência e até redução de custos”, afirmou.
Em dezembro
Muniz estima que, se o processo transcorrer como previsto e a empresa vencedora cumprir todas as exigências, o resultado deve ser definido até 20 de dezembro. A contratada terá dois meses para iniciar as atividades, o que empurra a retomada para o próximo ano. O edital prevê investimento anual de cerca de R$ 34 milhões, com 20% destinado a cirurgias de urgência e emergência e o restante para eletivas. O contrato pode ser renovado por até dez anos.
Hoje, todas as cirurgias eletivas estão concentradas dentro do hospital, com equipe própria e conforme disponibilidade de leitos, o que reduz o fluxo. Na nova licitação, que teve ajustes de valores e prazos, a empresa vencedora assumirá o prédio da antiga Ala de Queimados, que já ajudou a desafogar a fila — que tinha pacientes aguardando há mais de três anos por procedimento.
O novo edital também amplia o escopo de atendimentos, incluindo cirurgias de otorrinolaringologia, ginecologia e obstetrícia, além das já ofertadas nas áreas vascular, urológica, ortopédica e de cirurgia geral. A intenção é acelerar outras filas ainda não atendidas e manter o bom desempenho alcançado no ano anterior.
Contrato anterior
O contrato anterior foi executado pela CIS (Centro Integrado de Saúde), vencedora da licitação, com valor de R$ 33.651.611,40, repassado conforme o número de pacientes atendidos. Os valores unitários variavam de R$ 3.128,22 a R$ 17.569,63. Além das eletivas, foram contratados mais de mil procedimentos de urgência e emergência, no valor de R$ 5,4 milhões, para aliviar o Pronto-Socorro, que possui 33 leitos e opera constantemente acima da capacidade.
Em 12 meses, a empresa realizou pelo menos 4 mil procedimentos. A abertura do CCP só foi possível graças ao aporte da Sesa, responsável pela instalação dos equipamentos e pelo financiamento inicial. Com a nova licitação, o HUOP espera manter e até ampliar o volume de cirurgias. O hospital tem 373 leitos e atende mais de 2 milhões de pessoas de 90 municípios da macrorregião Oeste.