Política

Vereador usa chacota durante a sessão

Os microfones foram cortados sobre uma enxurrada de questão de ordem

A votação plenária ontem na Câmara de Cascavel revela uma situação que beira ao desrespeito. Na recontagem dos votos para um pedido de adiamento do projeto que define as atividades proibidas nos quiosques da Avenida Brasil e na Rua Paraná, o vereador Olavo Santos (PHS) usou de chacota para rebater Romulo Quintino (PSC). “O líder de Governo [Romulo] está tumultuando essa Casa de Leis”, disse Santos, que, ao ter a declaração rebatida por Quintino, disparou: “Mimimi… mimimi…”

Os microfones foram cortados sob uma enxurrada de pedidos de questão de ordem.

Foram 11 votos favoráveis ao adiamento e nove contrários. Mesmo após a recontagem do secretário, Aldonir Cabral (PDT), houve protestos de parlamentares que insistiam em nova votação. Propostas ignoradas pela presidência, que manteve a votação.

A relação entre os vereadores da base governista e os de oposição está cada vez mais conflituosa. Sem consenso, o plenário virou área de duelo com discursos provocativos.

Olavo tem criticado duramente a atuação da gestão, sobretudo com relação aos projetos encaminhados para votação. Ontem o alvo foi uma resposta sobre o projeto relacionado aos quiosques: “Uma folha em branco dá no mesmo. Afrontou Fernando Hallberg [que pediu vista do projeto na semana passada] e todos os demais”.

Diante da falta de informações, o vereador Paulo Porto (PCdoB) pediu adiamento do projeto por mais três sessões. Os vereadores cobram que o procurador jurídico do Município, Luciano Braga Côrtes, vá até a Câmara explicar o projeto pessoalmente. Rafael Brugnerotto (PSB) também argumentou pelo adiamento: “Assim será possível adequar uma redação coerente. É de nosso interesse a aprovação do projeto”.

O texto apresentado pelo Executivo permite atividades com fliperamas – videogames que conquistaram a juventude dos anos de 1990. Hoje as peças são consideradas relíquias e, por isso, a permissão virou motivo de piada no plenário. Apesar dos questionamentos, Josué de Souza (PTC) defendeu a votação em plenário e ainda criticou o grupo oposicionista: “Não cabe mais querer ficar dando uma de ‘prefeitinho’. Parece que esta Casa quer ser prefeito e administrar do jeito deles [oposicionistas]. Quem quer administrar que se candidate para ditar as regras”.

Com a aprovação do adiamento, Paulo Porto (PCdoB) provocou: “Tem que parar com essa coisa. Se perdeu, perdeu e continua sessão”.

Romulo Quintino não engoliu a provocação e revidou: “Tenho que concordar com Paulo Porto: se perdeu, perdeu. O pessoal da oposição não entendeu ainda: se perdeu a eleição, perdeu e ainda estão brigando!”

Reportagem: Josimar Bagatoli