A Secretária de Estado da Saúde promoveu nesta terça-feira (3) uma capacitação para profissionais da Vigilância Ambiental sobre a identificação e classificação de insetos infectados pelo parasita que transmite a doença de Chagas, popularmente conhecido como barbeiro.
Participaram 22 profissionais representando todas as Regionais de Saúde. O curso aconteceu nos laboratórios da Universidade Tuiuti do Paraná (Curitiba) e do Centro Universitário Integrado de Campo Mourão (Campo Mourão).
“Nossas equipes precisam de atualização constante diante dos vários agravos de saúde pública, como a doença de Chagas, que não registra casos agudos no Estado desde 2018, mas que necessita de atenção e vigilância constantes. O risco de transmissão vetorial ainda existe em função da presença dos insetos, principalmente na zona rural”, explicou o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto.
“O objetivo é fortalecer a capacidade local de operações de identificação e monitoramento, pois temos como realizar uma avaliação da presença do vetor no Estado e aprimorar a vigilância do agravo”, afirmou a diretora de Atenção e Vigilância em Saúde da Sesa, Maria Goretti David Lopes.
O QUE É – A doença de Chagas é uma infecção parasitária, causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi e transmitida pelo triatomíneo, popularmente conhecido como barbeiro. É comum em locais onde o inseto é encontrado, especialmente na América do Sul e América Central. No Paraná, na série histórica dos últimos 10 anos, não houve ocorrência de casos agudos.
A transmissão humana acontece pela deposição das fezes pelo barbeiro enquanto suga o sangue da pessoa. A picada provoca coceira, facilitando a entrada do agente causador no organismo, podendo ocorrer não só pela pele, como pela mucosa dos olhos, do nariz e da boca.
Outros mecanismos de transmissão são a transfusão de sangue de doador portador da doença, a transmissão vertical via placenta (mãe para filho), a ingestão de carne contaminada ou acidentalmente em laboratórios.
A doença de Chagas pode ser aguda, causando inchaço e febre, ou, caso não seja tratada, evoluir para forma crônica, podendo causar alterações cardíacas e digestivas.
O tratamento para a doença se concentra no uso de medicamentos que matam o parasita e no controle dos sintomas. Os medicamentos são disponibilizados pelo SUS.
Ainda não há vacina contra a doença de Chagas e sua incidência está diretamente relacionada às condições habitacionais. Cuidados com a conservação das casas e utilização de telas em portas e janelas são algumas das medidas preventivas que devem ser adotadas, principalmente em ambientes rurais. A melhor forma de prevenção é o combate ao inseto transmissor.