O POD (Programa Oeste em Desenvolvimento) participou nessa quarta-feira (15), em Curitiba, um evento que apresentou o potencial de movimentação de cargas nos portos do Paraná. A Federação das Indústrias do Paraná (FIEP) promoveu o encontro que registrou também a presença de lideranças do setor produtivo paranaense e integrantes do governo do Estado, com transmissão ao vivo para lideranças e investidores nacionais e estrangeiros.
Outro tema abordado foi o projeto da Nova Ferroeste, que ampliará a capacidade de escoamento da produção para os terminais portuários. O evento foi realizado no Campus da Indústria do Sistema Fiep de maneira hibrida, por conta da pandemia.
A apresentação mostrou também a evolução da movimentação de cargas nos portos, além dos investimentos públicos e privados previstos para ampliar a capacidade portuária do Paraná.
Para acompanhar o aumento da movimentação nos portos, é necessário ampliar também a infraestrutura de transportes que escoa a produção até o litoral. Com 1.285 quilômetros de extensão, o traçado proposto ligará os municípios de Maracaju (MS) e Paranaguá (PR). Quando a ferrovia estiver concluída, será o segundo maior corredor de grãos e contêineres do país por volume de carga.
Entre os palestrantes estavam o diretor-presidente do Porto de Paranaguá, Luiz Fernando Garcia da Silva; o diretor comercial e institucional do Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP), Thomas Lima; o consultor do empreendimento do Porto Guará, Luiz Henrique Tessuti Dividino; e o coordenador do Grupo de Trabalho do Plano Estadual Ferroviário, Luiz Henrique Fagundes, além de lideranças, pesquisadores, técnicos e investidores.
O POD foi citado em diversos momentos, uma vez que representa a Região Oeste do Estado e que sua missão é o desenvolvimento regional, que passa de forma direta pelos modais de transportes. Exemplo disso é a mobilização com importantes avanços na pauta da nova concessão dos pedágios.
O presidente do POD, Rainer Zielasko, avaliou o encontro e descreveu os principais pontos apresentados. “Existe um grande investimento nos Portos de Paranaguá, isso considerando o aumento de cargas gerados pela operação das ferrovias, como pelo aumento orgânico da produção. O novo terminal de Foz do Iguaçu, por exemplo, que poderá absorver grande parte da produção do Paraguai. Isso tudo se unirá com a duplicação das rodovias e coloca o Paraná em um cenário muito positivo nos próximos anos” resume o presidente.
“O POD sempre defendeu e demonstrou que o potencial de carga gerada pela indústria e em especial pela produção de proteína animal da Região Oeste e também do Estado do Paraná, fatores que viabilizam um processo de investimento como esse que hoje foi apresentado”, afirmou o presidente, lembrando que o Estado do Paraná concentra em um raio de mil quilômetros cerca de 70 % do Produto Interno Bruto (PIB) da América do Sul.
Rainer Zielasko falou da insegurança por parte dos empresários do setor do transporte rodoviário que cogita uma possível diminuição das cargas rodoviárias. Zielasko lembrou que o prazo médio para a conclusão do projeto apresentado é de oito anos e que isso não vai interferir na importância e volume do transporte rodoviário. “Temos um crescimento orgânico que pode deteriorar nossas rodovias em pouco tempo. Outras alternativas de transporte é vital e certa. As modalidades devem formatar um modelo forte e eficiente de logística que possa corresponder ao crescimento e desenvolvimento do nosso Estado. Não vai faltar carga para ninguém, pois o volume trará a sustentabilidade para os modais”, declarou o presidente.
POTENCIAL – O coordenador do Conselho de Infraestrutura da Fiep, Edson Vasconcelos afirma que o evento teve a função de mostrar para os mais variados setores, inclusive para investidores e entidades diretamente interessadas no projeto a capacidade de carga portuária que o Paraná concentra. “Não observamos apenas o volume que já existe, mas uma expansão natural que em um curto espaço de tempo vai ocorrer. Observar também o cenário do Paraguai e entender isso como um amplo projeto de captação que é muito possível”, relatou Vasconcelos.
“O próprio Terminal de Cargas e Contêineres (TCP) sinalizou a montagem de um escritório em território paraguaio, motivados pela percepção comercial que eles vislumbram no setor privado com relação a logística de cargas. Esse movimento de conexão e investimento compõe a estruturação para que tenhamos o cenário ideal para fazer frente ao crescimento que ganha forças a cada dia”, finaliza Edson Vasconcelos.