Política

Mesma missão: outro general assume Itaipu

Solenidade de transmissão de cargo ocorreu ontem

Mesma missão: outro general assume Itaipu

Foz do Iguaçu – O general João Francisco Ferreira, que assumiu nessa quarta-feira (7) a Diretoria-Geral Brasileira da Itaipu Binacional, pegou a casa arrumada “e tem a missão de dar continuidade ao trabalho do ex-diretor general Joaquim Silva e Luna”. A afirmação foi feita pelo presidente Jair Bolsonaro. Ao lado de ministros e autoridades, ele participou da cerimônia de posse, no Cineteatro dos Barrageiros, na área da usina, em Foz do Iguaçu.

“No que depender do histórico do general Ferreira, sabemos que a Itaipu continuará tendo uma excelente administração, fazendo muito pelo Paraná e pelo Brasil, com transparência e previsibilidade”, complementou o presidente, desejando sucesso ao novo diretor.O general Ferreira será o 13º diretor-geral brasileiro em 14 diretorias, já que Euclides Scalco assumiu o posto por duas vezes, entre 1995 e 2002. Silva e Luna, que esteve na Itaipu por dois anos e um mês, agora deve assumir a presidência da Petrobras, no Rio de Janeiro, por indicação do próprio Bolsonaro (seu nome precisa ser aprovado pelo conselho).

João Francisco Ferreira vem se preparando para assumir o cargo desde que recebeu a notícia da nomeação, no mês passado. “Nos últimos dez dias, estive imerso no ambiente da Itaipu, recebendo informações completas e atualizadas sobre a empresa”, declarou em seu discurso. Depois, reforçou os anos em que viveu no Paraguai, a serviço do Exército Brasileiro. “Certamente, é uma experiência que vai enriquecer o trabalho com os parceiros da usina”, disse.

Após a leitura e assinatura do termo de posse do novo diretor, Jair Bolsonaro foi presenteado com a Comenda do Mérito Itaipu, a mais alta distinção honorífica institucional da entidade.

Em seguida, o presidente pediu para “quebrar o protocolo” e chamou ao palco o bispo da diocese de Foz do Iguaçu, Dom Sérgio de Deus Borges para uma breve oração.

Fotos: Sara Cheida/Itaipu Binacional


Emocionado, Silva e Luna se despede

Em discurso de despedida do cargo de diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, o general Joaquim Silva e Luna, aplaudido de pé várias vezes pelo público, fez um rápido balanço de sua gestão, nessa quarta-feira (7), e contou que a economia de recursos com as ações de austeridade adotadas foi “devolvida aos consumidores brasileiros” na forma de “legados inquestionáveis”, por orientação do presidente Jair Bolsonaro.

Como não houve consenso binacional para reduzir a tarifa de Itaipu, explicou, a empresa alinhou ações com os governos federal, estadual e municipais para investir em obras de infraestrutura, saneamento e segurança pública.

O discurso de despedida ocorreu durante a solenidade em que transmitiu o cargo ao ex-colega de turma no Exército e seu amigo, general João Francisco Ferreira. O evento teve a presença do presidente Jair Bolsonaro.

Silva e Luna explicou que a prioridade em sua gestão foi cortar custos e gastos para preparar a margem brasileira para 2023, quando a usina estará sem dívidas e poderá praticar tarifas sem esse ônus.

O ex-diretor enumerou as ações principais desenvolvidas nesse sentido, como centralização de toda a empresa em Foz do Iguaçu e fim dos convênios e patrocínios que não tinham aderência à missão de Itaipu. E ainda: “Fizemos um contrato da potência da Itaipu por longo prazo (2019-2022), coisa que nunca tinha sido feito antes, dando assim previsibilidade orçamentária à empresa; prosseguimos com o processo de Atualização Tecnológica da Usina – nossa galinha dos ovos de ouro; e passamos a preparar Itaipu para 2023.”

Segundo o general, a política de austeridade deixou Itaipu com mais recursos, o que permitiria baixar a tarifa de comercialização no mercado brasileiro de eletricidade, mas, para isso, seria preciso um consenso binacional. Como isso não foi possível, Silva e Luna atendeu à orientação do presidente e estabeleceu o financiamento de uma série de obras fundamentais para o desenvolvimento regional, todas antigos sonhos da comunidade de fronteira e do oeste do Paraná.

Reportagem divulgada pelo Jornal O Paraná no último dia 26 de março informa que a Itaipu mantém com cidades da região quase R$ 190 milhões em convênios diversos.