Política

Disputa à presidência da Câmara se acirra

Na sessão de ontem, o aparente clima de sentimentalismo e despedidas não conseguiu esconder a troca de farpas dos potenciais candidatos ao cargo

Câmara de Vereadores de Cascavel- Foto: Arquivo/ Hoje News
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) exige que os candidatos declarem seus bens ao se inscreverem para disputar cargos públicos. Foto: Arquivo/ Hoje News

A menos de dez dias da eleição da nova Mesa Diretora da Câmara de Cascavel, consenso parece ser algo de outro planeta. Pelo menos até agora.

Dado como “reeleito” por alguns vereadores de fim de mandato, Alécio Espínola (PSC) não deixa transparecer a possibilidade de não ganhar mais dois anos no comando do Legislativo municipal.

Bem articulado com oposição e situação, parece, sim, aglutinar maior simpatia dos novatos e de boa parte dos reeleitos. Mas outros grupos continuam se organizando.

Na sessão de ontem, o aparente clima de sentimentalismo e despedidas não conseguiu esconder a troca de farpas dos potenciais candidatos ao cargo.

Em várias oportunidades, Celso Dal Molin (PL) alfinetou o atual presidente. “Você disse que impediu, mas foi consenso da casa”, dirigiu-se ao colega, para “corrigir” fala de Alécio na imprensa de que teria impedido aumento de vereadores, ampliação da Câmara e até sobre a devolução de R$ 8 milhões ao Executivo.

Em outro momento, Dal Molin sugeriu que, como presidente, “fará melhor” e insistiu que quem dará posse ao prefeito Leonaldo Paranhos (PSC) será o novo presidente eleito, não o vereador mais votado, como dissera pouco antes Alécio, ao explicar o rito da posse no dia 1º de janeiro. Do tipo, “serei eu!”

Em um tom um pouco (mas bem pouco) mais conformado, Romulo Quintino (PSC) também deu uma apertadinha. Ao fazer o discurso de despedida, disse: “Minha fama é abrir mão, mas hoje não poderia abrir mão de falar neste último dia do ano. Compreensão é uma marca quando queremos construir algo positivo”.

É que rola nos bastidores que Romulo foi “convidado” a desistir da intenção de ser presidente, apesar de ter sido o mais votado nas últimas eleições, pela segunda vez.

Nesse caso, há duas versões na praça: uma de que o prefeito Paranhos teria pedido para ele abrir mão em favor do Alécio. Outra, é de que o prefeito teria pedido para Alécio dar a vez a Romulo.

Já entre alguns vereadores ouvidos pela reportagem, as apostas são de que Alécio ainda é a melhor opção. No caso de Dal Molin, não teria votos suficientes para fazer frente a um bate-chapa com Alécio, enquanto a candidatura de Romulo poderia causar um desarranjo em várias composições já praticamente encaminhadas. O receio dos colegas é o risco de uma subserviência forçada ao Executivo, coisa que Alécio conseguiu administrar sem grandes atritos nesses dois últimos anos.

Já a suposta candidatura de Sidnei Mazutti (PSC), que estaria sendo articulada pelo futuro vice Renato Silva, parece ter naufragado bem antes de chegar à praia.

A escolha da Mesa Diretora e a eleição do futuro presidente ocorrem no dia 1º de janeiro, logo após a posse, cuja solenidade está marcada para as 16h, na Câmara.