Curitiba – O aprofundamento das investigações na chamada Operação Quadro Negro, um dos maiores escândalos do Paraná envolvendo recursos da educação, fechou o cerco aos três principais líderes do Estado. A delação do principal envolvido no esquema (dono da construtora Valor, Eduardo Lopes de Souza), o sujeito que emitia as notas falsas, que recebia o dinheiro e pagava as propinas inclui o próprio governador Beto Richa, o chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni, e o presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, Ademar Traiano.
As denúncias repercutiram em todo o Estado e fora dele, mas os efeitos maiores devem ser vistos mesmos é no desenho eleitoral.
Para o colunista Rogerio Galindo, do Blog Caixa Zero, a delação da Quadro Negro é um problema para todos que pretendem disputar as eleições no Paraná ano que vem, a começar por Beto. Ele avalia até que, conforme a proporção que o escândalo tomar a partir de agora, os rumos da eleição para governo e Senado mudam.
Isso porque, por enquanto, Beto trilha seu caminho rumo ao Senado. Mas um Quadro Negro no currículo não garante votos. Pelo contrário! Se ficar no governo, fecha as portas para o mandato-tampão de Cida Borghetti, que ansiava por esse período de holofotes para disputar o cargo de governadora.
Ainda sob análise de Galindo, a delação da Valor mata outras duas campanhas da família Richa: Pepe Richa não poderia ser deputado federal nem Marcello (filho de Beto) poderia concorrer a deputado estadual. “A era Richa teria, de fato, chegado ao fim. Ou perto disso”, cita no blog.
O governador tem rebatido as acusações e se defende dizendo que foi ele quem iniciou as investigações dentro da Secretaria de Educação que culminaram com a Operação Quadro Negro.