Washington – Após semanas de novela, o Congresso dos Estados Unidos aprovou na tarde dessa quarta-feira (10) o grande pacote de estímulo à economia proposto pelo presidente Joe Biden. O pacote de US$ 1,9 trilhão (praticamente o PIB brasileiro) foi aprovado na Câmara, após já ter passado pelo Senado no fim de semana e uma primeira vez pela Câmara no fim de fevereiro.
A lei só precisa ser sancionada por Biden. A porta-voz da Casa Branca disse logo após a aprovação que o governo trabalhará “a toda velocidade” para garantir que o dinheiro chegue rapidamente aos americanos.
O projeto foi pouco alterado em relação ao proposto por Biden. O texto final inclui US$ 400 bilhões em pagamento único de US$ 1.400 (R$ 7,9 mil) à maioria dos norte-americanos, US$ 300 (R$ 1,7 mil) por semana em auxílio-desemprego ampliado para as 9,5 milhões de pessoas que ficaram sem trabalho na crise e US$ 350 bilhões em ajuda a governos estaduais e locais com problemas orçamentários.
“A lei coloca quase US$ 1 trilhão nos bolsos do povo americano”, disse a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, que é democrata. “Eu me junto ao presidente Biden em sua promessa: a ajuda está a caminho.”
A aprovação mostra a importância da maioria democrata na Câmara e no Senado, mas também como as votações serão apertadas daqui em diante. O texto foi aprovado por 220 a 211 votos na Câmara, um voto a mais do que na primeira vez que a Casa votou o projeto e praticamente se apoiando na maioria democrata (que é de 221 a 211). No Senado, o texto havia passado por 50 a 49, sem nenhum republicano votando a favor.
O projeto será um dos maiores pacotes econômicos da história dos EUA. Em 2020, ainda sob o governo de Donald Trump, os Estados Unidos já haviam passado um pacote de US$ 2 trilhões no começo da pandemia, com pagamentos a famílias e estímulos a pequenas empresas. No fim do ano, já em dezembro, o Congresso aprovou ainda outro pacote, de US$ 900 bilhões.
O governo americano e o mercado financeiro apostam no pacote para auxiliar a retomada da economia dos EUA. O PIB americano fechou 2020 com queda de 3,5%. O Fundo Monetário Internacional projeta crescimento de 5,1% para o país neste ano, mas afirma que a retomada da economia mundial virá sobretudo da China, mais do que de EUA e Europa.
O desemprego nos EUA bateu 6,3% em fevereiro, com pouco mais de 10 milhões de pessoas desempregadas. Embora a taxa seja menor do que os picos de abril, de quase 15%, está bem acima dos níveis pré-pandemia, em que o desemprego estava em mínimas históricas, em 3,5%.