Brasília – Parte da bancada paranaense na Câmara dos Deputados, em Brasília, esteve reunida para conhecer o projeto da Nova Ferroeste, considerada pelo governo do Estado, como o maior projeto logístico do Paraná para os próximos anos. No encontro, o coordenador do Plano Estadual Ferroviário, Luiz Henrique Fagundes, e o diretor-presidente da Ferroeste, André Gonçalves, mostraram detalhes da nova estrada de ferro para os parlamentares.
A Nova Ferroeste surgiu a partir da necessidade de ampliar o traçado da atual da ferrovia, entre Cascavel e Guarapuava. O projeto do governo do Paraná vai ligar por trilhos o município de Maracaju, no Mato Grosso do Sul, e Paranaguá, no Litoral do Paraná. Três ramais, um em Chapecó, Santa Catarina, um em Dourados, Mato Grosso do Sul e um em Foz do Iguaçu também servirão para escoar parte da produção agrícola do Paraguai e Argentina pelo Porto de Paranaguá. No total, são 1.304 quilômetros de extensão. Estudos recentes apontaram soja e proteína animal como as principais cargas a serem transportadas.
“Apesar de ser um projeto com DNA paranaense, ele é uma solução nacional para a logística do Brasil. Hoje não há outra opção para os estados do Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e o Paraguai e a Argentina como a Nova Ferroeste”, explicou Fagundes.
Ele detalhou a relevância da Nova Ferroeste para o desenvolvimento do País. Todas as etapas de elaboração do projeto e avaliação do Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) e do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) tiveram a participação dos ministérios da Infraestrutura e da Economia, além dos órgãos licenciadores.
“Esse é um projeto de interesse nacional, e a demonstração disso é a participação do governo federal nesse encontro, representado pelo Ministério da Infraestrutura e do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) do Ministério da Economia. Estes são atores ativos no processo de construção de uma solução logística sustentável como é a Nova Ferroeste”, afirmou.
O líder da bancada federal na Câmara, o deputado Toninho Wandscheer, disse que no encontro foi possível conhecer melhor o traçado e detalhes da construção e operação da ferrovia. “Temos certeza de que esse é um projeto que vai melhorar toda a infraestrutura do nosso Estado e vai trazer aos nossos grandes produtores, especialmente de carne e de grãos, um novo modal de transporte muito mais barato e eficiente”, destacou. “Essa obra é importantíssima, especialmente para o setor produtivo que vai poder transportar as cargas a preços mais módicos. Quando se paga menos no transporte, você tem mais lucro na produção”.
Nova Ferroeste
O Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental apontou que a construção da nova ferrovia vai permitir a redução do custo logístico dos produtores paranaenses em até 30% em algumas regiões. A economia por parte das empresas vai tornar a produção do MS e PR mais competitiva no Exterior e permitir que alguns itens possam ficar mais baratos para o consumidor final nas prateleiras dos supermercados.
A estimativa é transportar cerca de 38 milhões de toneladas no primeiro ano de operação plena. O valor do investimento é de R$ 29,4 bilhões. O projeto deve ir a leilão no segundo trimestre de 2022. O vencedor será responsável pela construção da estrada e vai poder explorar o empreendimento por 70 anos.
ANTT autoriza criação de Ramais
A ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) autorizou ontem (9), a criação de três ramais para o projeto da Nova Ferroeste. São eles: Foz do Iguaçu, Chapecó e Dourados. Nos próximos dias um quatro trecho também deverá ganhar autorização: Guarapuava – Paranaguá.
A assinatura da autorização dos ramais ocorreu na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Participam os ministros Tarcísio Gomes de Freitas (Infraestrutura), Paulo Guedes (Economia), Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias (Agricultura) e Bento Albuquerque (Minas e Energia). Representam o Paraná o diretor-presidente da Ferroeste, André Gonçalves, e o coordenador do Plano Estadual Ferroviário, Luiz Henrique Fagundes
A autorização da criação dos ramais do projeto deve impactar significativamente a valorização do projeto e na atração de investidores para o leilão, que deverá ocorrer em 2022.
Os ramais irão garantir o transporte das mercadorias até o traçado principal para o escoamento da produção para o porto de Paranaguá. “O acesso ao porto é fundamental, mas tem que ter carga e a carga vem dos ramais”, destaca Luiz Henrique Fagundes, coordenador do Plano Estadual Ferroviário. Segundo ele, com exceção do trecho Cascavel-Chapecó, cuja solicitação foi feita por último, todos os demais já estão incluídos no valor total estimado para a obra, que é de R$ 29,4 bilhões.
“Com isso, a execução do trecho Cascavel-Chapecó entrará no edital de licitação como opcional. O vencedor do leilão, caso não tenha interesse, não precisará executá-lo”, esclarece Fagundes. A expectativa, no entanto, é pela construção, uma vez que se trata de um percurso com grande demanda.