Opinião

Desastre inédito

Por Carla Hachmann

Definitivamente, o ano de 2019 não tem sido fácil para os brasileiros. Uma sucessão de tragédias e episódios lamentáveis desde que janeiro começou que parece não ter mais fim. Começamos com o rompimento da barragem em Brumadinho, em janeiro, seguido pelos garotos queimados no Rio de Janeiro. Acidentes, brutalidades, consternação tomaram os noticiários. No Norte, as queimadas consumindo a Amazônia. No Sul, a estiagem assola o campo. A pouco mais de dois meses para o fim do ano, parece que o rol de desastres ainda não acabou.

Um vazamento inédito de óleo no oceano Atlântico contaminou todo o litoral nordeste e agora ameaça chegar ao sul. O Ibama diz que trabalha desde o primeiro sinal do óleo e que não consegue prever o fim do problema. Sessenta dias depois dos primeiros registros, as consequências de mais essa tragédia ainda são imensuráveis, mas já se sabe que toda a vida marinha está ameaçada.

E, de acordo com a coordenação de Emergências Ambientais do Ibama, a união de três fatores fazem desse desastre um episódio único: o desconhecimento do responsável pela poluição, a extensão do impacto e a recorrência na chegada do óleo, o que leva a crer que se trata de um vazamento intermitente. Ou seja, pode ficar ainda muito pior do que já é.

Sem dúvida, 2019 tem nos posto à prova. Uma bordoada atrás da outra. Uma lição após a outra.

A esperança é que elas tenham sido aprendidas para que outras sejam evitadas. Afinal, muitas vidas já pagaram pela fiscalização ineficiente/ausente, pelo descaso, pela omissão e pela negligência.