RIO ? A torcida por uma medalha do Brasil na natação começa hoje à tarde, quando João Luiz Gomes Jr, terceiro do ranking mundial da Federação Internacional de Natação (Fina) e Felipe França, o quinto, entram na água para as eliminatórias dos 100m peito, que começam às 15h, no Estádio Aquático.
Ambos devem disputar a vaga em uma das semifinais competindo na mesma série, a penúltima, com João Gomes na raia cinco e Felipe na três. Entre eles, na quatro, estará o sul-africano Cameron Van der Burg, medalha de ouro em Londres-2012 e recordista olímpico da prova (58s46).
Com o tempo de 59s06, João fica atrás somente de Kevin Cordes, dos Estados Unidos, 58s94, e do britânico Adam Peaty, 58s36, favorito ao ouro.
O ESTREANTE MADURO
Pelo relógio, o nadador do Espírito Santo, que nada pelo Pinheiros (SP) é o membro da equipe brasileira a figurar no top 3 de uma prova e, por isso, foi apontado pela revista americana Sports Illustrated como o único apto a ganhar medalha na natação pelo Brasil.
Apesar da experiência e da idade, João, aos 30 anos, disputa a sua primeira Olimpíada.
?Chego maduro à prova mais importante da minha carreira. Trabalhei muito para estar nela depois de ficar fora de Londres-2012. Mas ainda posso durar mais uns quatro anos (risos). Não sinto pressão por ser Rio. Eu só vou lá e nadar o meu melhor ? disse João, que vai torcer para Felipe avançar com ele às semifinais, disputadas à noite:
? Seria ótimo uma dobradinha nacional no fim (a final da prova está marcada para o domingo, às 22h).
Quando os brasileiros entrarem na água eles já saberão se um dos seus principais adversários estará na semifinal à noite. Kevin Cordes nadará na série anterior. Depois, ainda poderão dar uma ?secada? no recordista mundial Adam Peaty (57.92), campeão mundial em Kazan-2015 nos 50m e 100m peito. Ele é a esperança de a Inglaterra melhorar seu desempenho no cenário olímpico pós-Londres, quando os britânicos terminaram com apenas três medalhas – nenhuma de ouro – e na 15ª colocação na modalidade. Nas apostas da Sports Illustrated, o ouro dos 100m peito é de Peaty.
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? Nem discutimos isso com os nossos atletas (previsão de medalhas). Se conseguirmos dar o nosso melhor, a medalha virá até nós ? disse o técnico britânico Bill Furniss.
? Trabalhamos muito nos últimos três anos e meio e alcançamos uma mistura interessante de experiência e juventude ? completou.
Para o Brasil ter uma chance de superar os melhores do mundo na modalidade, a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos vetou a participação dos atletas na cerimônia de abertura. A aclimatação feita em São Paulo respeitou a programação noturna das provas decisivas e alguns dos treinos realizados no Estádio Aquático seguiram a mesma linha de preparação.
CONCENTRAÇÃO MÁXIMA
Fora das piscinas, a recomendação da CBDA e a instrução do técnico Alberto Silva, o Albertinho, é concentração total. Além da proibição da participação na abertura, foi feita a sugestão de os parentes e amigos dos nadadores maneirarem na tentativa de vê-los na Vila e as entrevistas fora zona mista, no Estádio Aquático, estão vetadas.
? Agora, nem é mais tanto físico, porque, nessa parte, nós fizemos uma boa preparação. Manter a cabeça boa é o que mais importa ? disse Nicolas Nilo Oliveira, que tem estreia programada para amanhã nos 200m livre e no revezamento 4x100m.
Antes de João e Felipe, Brandonn Almeida será o primeiro brasileiro na água, a partir de 13h, nos 400m medley. Com apenas 19 anos, ele tem o 18º tempo do mundo 4m14s63. A final contece ainda hoje, à noite.
Por volta de 13h50m, Daiene Dias e Daynara de Paula disputam as eliminatórias dos 100m borboleta. O desempenho das atletas será determinante para definir qual das duas estará no 4x100m medley, na sexta-feira.
Luiz Altamir, único nadador de um clube carioca, o Flamengo, tenta repeteir Djan Madruga e chegar à final dos 400m livre. No femimino, Joanna Maranhão, em sua quarta Olimpíada. Sua melhor colocação foi o 5º lugar em Atenas-2004. As finais de ambas as provas do 400m livre serão à noite.
Larissa Oliveira, Etiene Medeiros, Daynara de Paula e Manuella Lyrio estão no revezamento 4x100m livre feminino. O Brasil chegou apenas à final em 1948, em Londres. Com final à noite, o revezamento 4×100 feminino tem como favorita a equipe da Austrália.