Educação

Justiça Restaurativa nas Escolas: Cultura da Paz e Prevenção da Violência

Professores acreditam em cada vez mais em práticas de Justiça Restaurativa para criar cultura de paz O Projeto “Escolas Mais Humanizadas: Justiça Restaurativa nas Escolas”, desenvolvido pelo Núcleo Regional da Educação de Cascavel, será apresentado no 36º SEURS – Seminário de Extensão da Região Sul, que acontece de 28 a 31 de agosto, em Porto […]

Professores acreditam em cada vez mais em práticas de Justiça Restaurativa para criar cultura de paz

O Projeto “Escolas Mais Humanizadas: Justiça Restaurativa nas Escolas”, desenvolvido pelo Núcleo Regional da Educação de Cascavel, será apresentado no 36º SEURS – Seminário de Extensão da Região Sul, que acontece de 28 a 31 de agosto, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

As professoras Marli Timm Vanelli e Vera Lucia Rodrigues da Fonseca estão à frente da ação no NRE Cascavel, selecionada para o SEURS entre 40 trabalhos expostos no SEU – Seminário de Extensão Universitária da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), em Foz do Iguaçu.

Segundo elas, há uma multiplicidade de relações entre alunos, professores, funcionários, coordenação, direção, famílias e comunidade, um contexto em que podem ocorrer conflitos. Em contrapartida, alguns princípios básicos como o respeito à fala do outro, o sigilo, a admissão do mal causado e a responsabilização constituem enfoque fundamental para um ambiente saudável, sem discriminações, pautados na paz e na convivência sadia. “As práticas restaurativas vêm sendo trabalhadas desde julho de 2014, com bons resultados em termos de minimização da violência no âmbito escolar”.

“Acreditamos que devemos investir cada vez mais nas práticas restaurativas e, assim, criar uma Cultura de Paz que agregue valores fundamentais de ética e respeito nas relações sociais”, diz a chefe da Regional de Ensino de Cascavel, professora Inez Aliete Dalavechia. “Nós trabalhamos não somente com os casos específicos de resolução de conflitos, mas também na capacitação dos profissionais que atuam nas escolas”.

Turmas são formadas com professores, funcionários de escolas, pais e alunos, os quais participam de círculos em que se trabalham as formas de lidar com situações conflituosas, sempre partindo do diálogo entre os envolvidos. Nesse processo, todas as partes ligadas a uma ofensa em particular se reúnem para resolver coletivamente como lidar com suas implicações. Essa conscientização com foco no ser humano consiste em promover um ambiente mais acolhedor, propício para a ampliação do conhecimento.

A Justiça Restaurativa conta com um histórico promissor. De 2014 a 2017, 585 pessoas concluíram formações em Fundamentos e Práticas de Justiça Restaurativa. Já foram realizados 353 Círculos de Paz, 12 Círculos Familiares, 10 sensibilizações, 2 casos, 1 ação comunitária, 6 reuniões com o Conselho Comunitário de Segurança Pública (CONSEG) e 9 encontros para sistematização dos serviços com a Rede de Atenção e Proteção Social no Município de Cascavel.

Neste ano de 2018, além de 25 reuniões de trabalho, 7 Círculos de Paz/Sensibilização, 2 Círculos V/O/C e 91 Círculos com Atendimento Individual, as práticas restaurativas são desenvolvidas nos Colégios Estaduais Acquilino Massochin, Itagiba Fortunato, Marcos Cláudio Schuster, Mário Quintana e Padre Carmelo Perrone por profissionais que já realizaram as formações. Dos casos atendidos em parceria com o Ministério Público – 12ª Vara da Infância e Juventude, 85% não tiveram reincidência.