Cotidiano

Setor elétrico entrega agenda de questões para novo ministro

RIO – Com a atual queda no consumo de energia elétrico, por conta da forte recessão, as distribuidoras estão enfrentando dificuldades com seus caixas por terem que pagar pela energia que foi contratada junto as geradoras mas que não está sendo consumida. Este é um dos itens que constam no documento entregue nesta quarta-feira pelo Fórum das Associações do Setor Elétrico (FASE) ao novo ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, durante o Encontro Nacional dos Agentes do Setor Elétrico (Enase) em realização no Rio.

Segundo o presidente do Fase, Mário Menel, existem cerca de 3 mil a 4 mil megawatts (MW) médios que foram contratados pelas distribuidoras junto às geradoras em leilões realizados em anos anteriores, mas que não estão sendo consumidos. Pelas regra do setor, somente 5% da energia contratada não consumida poderá ser repassada para as tarifas dos consumidores finais. Segundo o executivo, isso representa um grande custo financeiro para as distribuidoras.

– Outro problema sério são as linhas de transmissão que já deveriam ter entrado em operação e não o foram. E isso faz com que se tenha geração pronta sem poder escoar por falta da linha de transmissão – destacou Mário menel.

Somente a espanhola Abengoa que entrou em recuperação judicial no mundo e atua no Brasil, tem 6 mil quilômetros de linhas de transmissão que estavam sendo construídas no país e que estão paradas.

Outro problema levado ao Ministro é a questão da liquidação da energia no mercado livre (GSF). Muitas empresas entraram na Justiça para não serem obrigadas a pagar pela energia contratada e não vendida, no caso das geradoras, e não consumida no caso das distribuidoras.

No ano passado devido à forte seca com a redução do nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas, tanto as geradoras como as distribuidoras foram obrigadas a recorrer no mercado de energia de curto prazo, que tem preços mais elevados. Segundo Mário Menel existe uma inadimplência média de R$ 1 bilhão por mês a cada liquidação do setor.

– Não é inadimplência porque eles não pagam protegidos por liminares, mas no fundo é a mesma coisa, os credores não recebem esse dinheiro. É um problema sério – disse Mário Menel.