Cascavel – Novamente, o concurso envolvendo os guardas patrimoniais e guardas municipais de Cascavel vai parar na Justiça. Segundo o Conselho Nacional dos Guardas, vários pontos do edital estão em desconformidade com a lei.
Em janeiro entramos com um mandado de segurança para impedir a realização do concurso. Acionamos a Vara da Fazenda Pública, e, caso não consigamos cancelar a realização do concurso, entraremos com uma Adin [Ação Direta de Inconstitucionalidade] porque o que está no edital não condiz com o que está na lei. O Município de Cascavel está querendo se sobrepor a uma lei federal, disse o delegado do Conselho, Marcelo Peruchi.
Conforme os profissionais, a Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública) prevê um efetivo de 0,3% da população da cidade no contingente da guarda.
Isso quer dizer que precisariam de pelo menos 900 guardas municipais em Cascavel e isso não vai acontecer.
O principal problema apontado por alguns guardas patrimoniais que procuraram a reportagem de O Paraná, e que por já estar sofrendo represálias por não concordarem com o concurso preferiram não se identificar, é que não está sendo cumprida a lei.
Lá diz que as guardas patrimoniais precisam ser adequadas e não é o que está sendo feito. Eles vão contratar mais 50 profissionais, criar um novo cargo para fazer a mesma função e com um salário que, no final, dá uma diferença de aproximadamente R$ 800.
Com um boletim de ocorrência em mãos, eles disseram que, mesmo cuidando apenas do patrimônio público, já estão sendo ameaçados e, como não haverá qualificação para os outros guardas, todos correm riscos.
No ano passado, após um homicídio no Lago Municipal em abril, seis homens seguiram um guarda, ameaçando matá-lo porque os guardas teriam envolvimento na morte.
Questionados em relação à alegação de falta de preparo para trabalhar na guarda municipal, outro servidor disse que a qualificação existe.
Eu tenho inúmeros diplomas de cursos, inclusive em Toledo, porque aqui não dão oportunidades. Inclusive, na semana que vem, muitos irão para a cidade vizinha porque aqui não há incentivo.
(Com informações de Tissiane Merlak)