Brasília – O ministro da Ciência e Tecnologia, Celso Pansera, disse ontem que irá sugerir ao Congresso e à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) a liberação da fosfoetanolamina como suplemento alimentar.
“Seria uma forma de tirar essa substância do câmbio negro e dar legalidade a esse produto”, afirmou em coletiva de imprensa. “Sabemos que existe um mercado subjacente.”
Segundo Pansera, a ideia é propor um projeto para que a substância, que ficou conhecida como “pílula do câncer”, possa ser produzida e distribuída em farmácias e lojas legalizadas, mas sem o status de medicamento.
A distribuição ocorreria antes mesmo do fim das pesquisas pré-clínicas, em animais, e clínicas, em humanos, etapas consideradas fundamentais para comprovar a segurança e a eficácia do produto contra o câncer.
Questionado, o ministro disse que a decisão se baseia no resultado dos primeiros estudos realizados com a substância, por meio de testes in-vitro, que mostram que ela não é tóxica aos seres humanos.
“Nosso objetivo é continuar investindo e seguir as fases das pesquisas pré-clínica e clínica. Para aí sim comprovarmos se é um medicamento ou não”, afirmou.
Para o ministro, a nova proposta ocorre como uma forma de “sair dessa polêmica” criada em torno da fosfoetanolamina.
“Estou pessoalmente convencido de que temos que achar uma saída legal para isso, senão vamos ter daqui a uns dias um mercado [ilegal] cada vez maior, e não duvido que vamos ter uma obrigação judicial de produzir e distribuir a droga. Temos que trabalhar com esse fato inclusive”, disse.