
A modificação, de responsabilidade da Concessionária Rio Mais, liderada pela Construtora Norberto Odebrecht em conjunto com a Andrade Gutierrez e a Carvalho Hosken, priorizou pilares importantes como sustentabilidade, acessibilidade, legado e reurbanização.
A sustentabilidade ocupou o centro das preocupações desde a concepção do projeto. A margem da Lagoa de Jacarepaguá foi recuperada, com a recomposição do mangue e da restinga, inclusive com a criação de um ?berçário? de espécies nativas da mata atlântica ? cuidados essenciais em uma obra com esta dimensão, que forma um imenso triângulo, no qual a lagoa ocupa dois vértices.

O projeto das Arenas Cariocas também priorizou a luz natural e a captação da água de chuva. Além disso, a obra reciclou materiais do antigo autódromo de Jacarepaguá. Até a escolha de acabamentos foi pautada pela sustentabilidade, como a preferência por lâmpadas LED (mais econômicas) para a iluminação externa.
? Levamos em consideração fatores como a adequação à realidade brasileira, a qualidade e a eficiência para o uso futuro ? diz Fernando Pacheco, diretor-presidente da Concessionária Rio Mais.
As estruturas foram concebidas para serem utilizadas ao máximo pela população depois dos Jogos. A ideia é a de que ?Os Jogos devem servir à cidade e não se servirem dela?, como dizia Pasqual Maragall, prefeito de Barcelona, cidade que sediou os Jogos em 1992.
A Arena Carioca 3, por exemplo, irá reforçar a rede municipal de educação ao se transformar em um Ginásio Experimental Olímpico ? modelo que une ensino de qualidade à prática intensiva de esportes ? com capacidade para mil alunos em horário integral.

100% acessível
Todas as construções foram cuidadosamente pensadas, principalmente sob a ótica da acessibilidade. Não apenas para receber bem o público e os 4.350 paratletas, como também para criar um importante legado na cidade.
As rotas e os acessos às arenas são amplos, em nível direto ou com rampas suaves, trazendo maior conforto. Nas arquibancadas, assentos especiais foram cuidadosamente selecionados garantindo sempre boa visibilidade e segurança.
Para a Empresa Olímpica Municipal, que coordena todas as iniciativas relativas ao Jogos, o evento representa a melhor oportunidade que a cidade já teve de virar seus holofotes para o tema acessibilidade, promovendo transformações significativas nesse campo.
Ponto de encontro
A infraestrutura do Parque Olímpico começará a ser utilizada pela população e pelos visitantes desde o início dos Jogos e não apenas para assistir a partidas e lutas. A estimativa é de que, durante a competição, 120 mil pessoas aproveitem o local, por dia, utilizando a área comum.
Veja também:Um dos atrativos é a Via Olímpica, um caminho sinuoso com 1 km de extensão, inspirada no calçadão de Copacabana. Ela fará a ligação entre as arenas e terminará no Live Site, concebido como um grande ponto de encontro e descanso de turistas e moradores à beira da lagoa.
? O Live Site é um espaço de descontração e relaxamento, com a bela paisagem das montanhas e um lindo pôr do sol ? afirma Pacheco.
Com 26 mil m2, o Live Site será capaz de acomodar com tranquilidade até 25 mil pessoas.
Para chamar de seu
O bairro que surgirá no entorno do Parque Olímpico será um polo de atração de negócios e uma nova área de moradia. A infraestrutura criada para atender os Jogos será a base dessa região. Obras viárias vão contribuir para aumentar a mobilidade.
? Toda essa região da Barra da Tijuca passa por grandes melhorias, de requalificação até transporte público. O arruamento, drenagem e as redes de água, energia e dados estão prontas ? pontua Fernando Pacheco.
Já parcialmente funcionando, a implantação de quatro linhas de BRT representa uma grande transformação na lógica do transporte público na cidade, beneficiando os passageiros, que agora levam muito menos tempo dentro do ônibus. A Empresa Olímpica Municipal está garantindo que o sistema de transporte e locomoção funcione perfeitamente para que tudo se mantenha como um grande legado para cidade.

Técnico da seleção feminina acredita em medalha nos Jogos Rio 2016
O técnico Antônio Carlos Barbosa, da seleção brasileira feminina de basquete, esteve no evento-teste que inaugurou a Arena Carioca 1, em janeiro passado. Medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Sydney, em 2000, Barbosa fala de suas impressões sobre a Arena:
Você foi o primeiro técnico de basquete a usar a Arena Carioca 1. O que achou?
O local não deve nada a nenhuma arena de alto rendimento do mundo. Tenho certeza que todos, jogadores e treinadores, vão aprová-la. Será um marco na história do basquete e do esporte nacional e mundial.
Após as Olimpíadas, a Arena Carioca 1 será destinada ao treinamento de atletas de alto rendimento. Qual a importância deste legado para o esporte brasileiro?
Acredito que entre os principais legados dos Jogos Olímpicos de 2016 estão estas estruturas, pois serão fundamentais para seguir despertando a importância da prática esportiva. Não só pelo aspecto do lazer, da educação e da saúde, como também da valorização do esporte como uma prática que ajuda na formação do caráter.
Quais são suas expectativas para os Jogos Olímpicos Rio 2016?
Temos que pensar grande e estamos no caminho certo. Quando digo que podemos disputar uma medalha, não estou exagerando. E se não der pódio, vamos nos aproximar dele. Tenho certeza também que será uma festa maravilhosa e a torcida brasileira vai fazer bonito em casa.