BRASÍLIA – Cresce o impasse entre a cúpula do governo e o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowiski, sobre a data da votação final do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff. No final de semana a assessoria de Lewandowski divulgou um calendário prevendo o inicio da votação no dia 29 de agosto com término em até 02 de setembro.
Hoje, ao voltar de uma reunião entre o presidente interino Michel Temer, o presidente do Senado Renan Calheiros e o presidente do PMDB, Romero Jucá, o líder do PMDB, Eunício de Oliveira (CE) disse que o rito aprovado pelo Senado, a quem cabe definir o calendário, prevê a votação final entre 24 e 29 de agosto, com término nessa data.
O líder do PMDB negou que o assunto tenha sido discutido no almoço nesta terça-feira com Temer, mas informou que foi tema de reunião ontem à noite na casa de Renan.
? Ninguém acertou nada sobre a votação começar dia 29. O calendário aprovado pelo Senado prevê a votação entre os dias 24 e 29 e o ministro Lewandowski não pode mudar isso, a ele cabe apenas presidir a sessão final, dentro do rito já aprovado pelo Senado. Saímos daqui para o recesso com esse calendário e quem diz que vai ser entre 24 e 29 é a lei, não o presidente do Supremo ? disse Eunício.
Na mesma linha de Temer, que quer ver o impeachment votado o mais rápido possível, em adiamentos do calendário, Eunício diz que essa situação não pode mais continuar indefinida.
? Esse assunto tem que ser liquidado. Não adianta ficar empurrando isso mais dois ou três dias, não vai mudar nada ? disse Eunício.