Cotidiano

Governo americano ameaça cidades santuário com cortes de fundos

O procurador-geral americano, Jeff Sessions, ameaçou com cortes de fundos, nesta segunda-feira, as cidades que não cooperam com as ações federais para deportar imigrantes. As chamadas cidades santuário determinam que a polícia local não atue como órgão de controle migratório, negando ajuda às forças federais na identificação de imigrantes em situação irregular. Atualmente há cerca de 300 santuários em todo os Estados Unidos.

? Hoje quero exortar os estados e jurisdições locais a cumprir as leis federais como condição para o recebimento de fundos ? declarou Sessions a repórteres na Casa Branca.

Sessions disse que as cidades santuários são obrigadas a respeitar o estatuto número 1373, que estabelece que para receber recursos de fontes federais, tais jurisdições não podem adotar regras locais que limitam a comunicação de informações sobre a situação migratória de indivíduos.

? As leis de imigração determinam que os Estados Unidos devem remover rapidamente do país os estrangeiros que tenham sido condenados ou presos por determinados crimes ? afirmou. ? Infelizmente, alguns estados e cidades têm adotado políticas destinadas a impedir a aplicação das leis de imigração.

Pouco depois do discurso de Sessions, Eric Garcetti, prefeito da cidade de Los Angeles, um enorme santuário para imigrantes em situação irregular, criticou as ameaças, alegando que os valores da sua cidade não estão à venda.

“Há proteções constitucionais contra esse tipo de ação punitiva proposta”, afirmou Garcetti em uma nota oficial. “Vamos lutar para proteger a segurança e a dignidade dos cidadãos, e trabalharemos junto com nossos representantes no Congresso para garantir que Los Angeles não fique sem recursos federais que ajudam a proteger milhões de pessoas todos os dias”.

Em janeiro, a prefeita de São Francisco ? onde residem cerca de 30 mil imigrantes em situação irregular ? iniciou um processo contra o governo federal depois que o presidente Trump determinou o corte de recursos federais para essa cidade.

Como ex-senador pelo estado do Alabama, Sessions tornou-se um dos mais enérgicos defensores de uma linha dura contra imigrantes em situação irregular, e isso o levou a ser um dos primeiros a apoiar a candidatura de Trump. O presidente dos EUA chegou ao poder com a promessa de deportar 11 milhões de imigrantes ilegais, a maioria deles latino-americanos, e por isso aumentou o poder da agência migratória ICE, que realizou várias detenções em cidades santuário, apesar de não ter a cooperação das autoridades locais.